19 março, 2007

PENSAMENTO

“Nenhum médium Espírita se encontra, na Terra, sem um programa de renovação, aprendizado e trabalhos edificantes, idealizados antes da reencarnação”.
(Walter Barcelos in Mediunidade e Discernimento)

LEMBRETE

“O Espiritismo é uma doutrina que abrange todo o conhecimento humano, acrescentando-lhe as dimensões espirituais que faltam para a visualização da realidade total. O Mundo é o seu objeto, a Razão é o seu método e a Mediunidade é o seu laboratório”.
(J. Herculano Pires in Mediunidade)


A OBSESSÃO E O MÉDIUM: Fascinação

“Não creiais em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus”. Nesta singela e feliz passagem evangélica, São João nos oferece uma das mais relevantes orientações concernentes ao processo obsessivo denominado fascinação.

Consoante as lições de Allan Kardec, este tipo de obsessão - a fascinação – consiste numa ilusão que se produz pela ação direta do espírito no pensamento do médium e que, de certa forma, lhe paralisa o raciocínio no que se refere às comunicações. Afeta, portanto, a capacidade de conhecimento e o discernimento do medianeiro, independentemente do seu grau de instrução e de sua inteligência, o que confirma a influência de uma causa estranha.

Neste sentido, suas conseqüências são muito mais graves, já que o espírito fascinador – geralmente dissimulado, orgulhoso, ardiloso e hipócrita – inspira de tal modo confiança no médium, que ele não acredita estar sendo enganado e passa a aceitar e defender doutrinas e teorias estranhas, falsas, como verdades absolutas, e a provocar situações ridículas, comprometedoras e até mesmo perigosas. Não percebe, pois, que, sob um falso aspecto de virtude e utilizando-se de termos como caridade, humildade, amor de Deus – o espírito obsessor estimula a sua vaidade e o seu isolamento das pessoas, embora sempre deixe escapar os sinais de sua inferioridade.

Deste modo, para além de todo o conhecimento e vivência dos preceitos espíritas e evangélicos, importa ao médium estar bastante atento para o caráter e o modo de agir do espírito comunicador, em perfeita conformidade com os luminosos ensinos do apóstolo São João, e para o seu autoconhecimento, a fim de detectar em si todas as “brechas” morais que dilaceram a sua alma e inviabilizam o seu adequado intercâmbio com o mundo espiritual.
Jaciana Medeiros Coriolano ·
(Fonte: KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 70a edição. (Brasília, FEB, 2002, Capítulo XXIII: Da Obsessão, pp. 307/309, São João, Epístola 1a, 4:1).


ROGATIVA DE UM PECADOR

Errei Senhor!
Errei sim!
Quando não quis abrir meus olhos para enxergar a luz!
Era o orgulho e a vaidade que de mim se apossou.
Errei Senhor!
Errei sim!
Quando não quis ouvir conselhos achando que tudo sabia.
Errei Senhor!
Errei sim!
Quando me deixei levar pela prepotência e pela usura, esquecido de que tudo emana de Ti.
Errei Senhor!
Errei sim!
Meu maior erro foi imaginar que tudo que eu fazia estava absolutamente correto e que ninguém era melhor do que eu.
Errei Senhor!
Errei sim!
Pela minha empáfia que só me fez granjear inimigos e malquerença.
Errei, Senhor!
Errei sim!
Por nunca permitir que a Tua voz ecoasse de dentro de mim e me dissesse: “filho, Eu vim para os doentes e não para os sãos”.
Errei Senhor!
Errei sim!
Quando vencido pela ilusão da vida que busquei levar, retornei de mãos vazias para a Pátria Espiritual, tendo de deixar na Terra os títulos e todas as riquezas acumuladas.
Errei Senhor!
Errei sim!
Mas, desejo acertar!
Desejo caminhar ao Teu reencontro, Senhor!
Desejo encontrar as marcas das Tuas pegadas que indicam o rumo da Paz.
Misericórdia Senhor!
Por esse ser errante que se perdeu na estrada da vida, por não querer admitir a Tua magnanimidade!
Perdão Senhor! Pelos meus erros e pelos que eu fiz sofrer!
Mas, se é verdade, Senhor, que novas oportunidades teremos, me permite jamais esquecer que Tu és o Caminho, a Verdade e a Vida e que ninguém irá ao Pai a não ser por Ti!
Um irmão
(Mensagem psicografada em 20/01/07, pela médium M. L. Nascimento).

MENSAGEM: O Trabalho

O trabalho pode ser visto como a capacidade de desenvolver alguma tarefa, impondo e desprendendo algum tipo de energia em determinado tempo. Esta é uma visão científica, onde de alguma forma explana e conceitua o trabalho no campo dos terrenos humanos.

Para uma máquina que destituída de vida, sentimento e emoção ela é completamente viável, mas para o homem, o trabalho tem um sentido muito mais profundo e abrangente, não se encontra limitado apenas a este conceito.

Para compreensão profunda do trabalho necessitamos primeiro começar a entender a profundeza e a infinitude da potencialidade que reside na intimidade do homem.

Espírito encarnado, Espírito criado por Deus, onde tem em sua intimidade a potência do sol, mas que diante das lições necessárias ainda não descobriu o verdadeiro potencial nele imanente.

Assim, o trabalho que deve ser desenvolvido por esta “máquina divina”, deve ser um trabalho diferenciado no qual a energia dispendida não se encontra perdida em forma de calor, conseqüentemente dissipada. Este trabalho traz um diferencial de como, quando e onde deve ser feito. O trabalho ao qual estamos nos referindo é o trabalho na Casa Espírita, que deve ter no burilamento do Espírito o grande objetivo.

Vislumbremos o trabalho espírita em sua abrangência, o que se faz necessário, assim como, quem será o mais beneficiado?
Com carinho
Um irmão em Cristo
(Mensagem psicografada, no GEFA, em reunião de 02.02.2007)


A GRANDE TRANSIÇÃO

Opera-se, na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada pelo Espiritismo.

O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral.

Isto porque, os Espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade.

Os espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza, estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as conseqüências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao retorno planetário, quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor.

Por outro lado, aqueles que permaneceram nas regiões inferiores estão sendo trazidos à reencarnação de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de Deus.

Caso se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo temporário para regiões primárias entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de ser úteis e de sofrer os efeitos danosos da sua rebeldia.

Concomitantemente, Espíritos nobres que conseguiram superar os impedimentos que os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na reconstrução da sociedade, então fiel aos desígnios divinos.

Da mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras Esferas estarão revestindo-se da indumentária carnal, para tornar essa fase de luta iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes, que estimulem ao avanço e à felicidade.

Não serão apenas os cataclismas físicos que sacudirão o Planeta, como resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se vivem.

Os combates apresentam-se individuais e coletivos, ameaçando de destruição a vida com hecatombes inimagináveis

A loucura, decorrente do materialismo dos indivíduos, atira-os nos abismos da violência e da insensatez, ampliando o campo do desespero que se alarga em todas as direções.

Esfacelam-se os lares, desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as instituições, as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição desleal, as ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de caridade...
A turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade.
... Mas essas ocorrências são apenas o começo da grande transição.

A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona plenitude.

Há, em toda parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem universal e a presença de uma Consciência Cósmica atuante.

A rebeldia que predomina no comportamento humano elegeu a violência como instrumento para conseguir o prazer que lhe não chega da maneira espontânea, gerando lamentáveis conseqüências, que se avolumam em desaires contínuos.

É inevitável a colheita da sementeira por aquele que a fez, tornando-se rico de grãos abençoados ou de espículos venenosos.

Como as leis da vida não podem ser derrogadas, toda objeção que se lhes faz converte-se em aflição, impedindo a conquista do bem-estar.

Da mesma forma, como o progresso é inevitável, o que não seja conquistado através do dever, sê-lo-á pelos impositivos estruturais de que o mesmo se constitui.

A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.

Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de bem-estar e de harmonia emocional.

Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança.

Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e a atos dignos.

O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no Planeta.

Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os Espíritos que operam em favor da grande transição.

Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para todos.

O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.

São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões.

Como escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.

A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é examinar-lhe a maneira como se apresenta e cooperar para que as sombras que se adensam no mundo sejam diminuídas
pelo Sol da Imortalidade.

Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.

A vida sempre responde conforme as indagações morais que lhe são dirigidas

As aguardadas mudanças que se vêm operando trazem uma ainda não valorizada contribuição, que é a erradicação do sofrimento das paisagens espirituais da Terra.

Enquanto viceje o mal, no mundo, o ser humano torna-se-lhe a vítima preferida, em face do egoísmo em que se estorcega, apenas por eleição especial.

A dor momentânea que o fere, convida-o, por outro lado, à observância das necessidades imperiosas de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da paz.

Logo passado o período de aflição, chegará o da harmonia.

Até lá, que todos os investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita confiança em Deus.
Joanna de Ângelis.(Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no Rio de Janeiro, em 31 de julho de 2006).