19 fevereiro, 2009

Enfim é Carnaval...

Confetes. Serpentinas. Músicas de duplo sentido. Mulheres semi-nuas. Fantasias. Erotismo. Bebidas alcoólicas. Drogas de todas as espécies. A busca desvairada de sexo, não importando com quem ou onde. Enfim é carnaval.

Nosso País, abençoado pelas possibilidades de provas e expiações, onde muitos anônimos servem a muitos. Onde as etnias se encontram e se integram e as classes sociais interagem. Onde as belezas naturais são exuberantes. Onde a fraternidade é uma realidade.

Coração do Mundo. Pátria do Evangelho.

Nosso País abençoado, mas com tanto a aprender. Aprender o amor sem confundi-lo com sexo. Aprender a espiritualizar-se em detrimento a materialidade.

Nosso País que gasta milhões com festas e, neste momento, com o carnaval.

Nosso País que ainda confunde o riso alegre com a máscara bisonha da alegria falsa e passageira, calcada no efêmero tríduo momesco.

Nosso País embriagado nas vibrações geradas no rufar dos tambores, no repicar dos tamborins e roncar das cuícas, embalado nas alegorias do samba, nos passos do frevo e do maracatu, pensa ilusoriamente ter afastado as angústias, a miséria, a fome, a deseducação e as doenças.

Nosso País, menino que ainda se encanta com o brincar, esquece-se que no contexto do mundo é um adolescente, no qual se aposta um futuro brilhante, rumo ao infinito cósmico.

Até quando, nós que damos personalidade, vida e existência ao nosso País, quiçá ao mundo, vamos prostituir a nossa essência divina no desvario da madrugada de um galo e no amanhecer de uma decadente moral . O nosso País tem a nossa “cara”, portanto retiremos a maquiagem da falsa alegria e ousemos a ser fiéis aos nossos compromissos reencarnatórios.

Algumas vezes nos perguntam: - Espírita brinca carnaval? - Respondemos com as sábias palavras de Emmanuel: “é incontestável que a sociedade pode, com seu livre arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas enquanto houver um mendigo abandonado, junto de seu fastígio e sua grandeza, ela só poderá fornecer com isto um eloqüente atestado de sua miséria moral”.

Assim, aproveitando um trecho da música de um compositor baiano, e fazendo-lhe uma pequena modificação, temos uma grande verdade espiritual – Atrás do trio elétrico também vai quem já morreu – pois, num mundo com a destinação do nosso, como nos ensina a Codificação, habitado por um sem-número de espíritos desencarnados (proporcionalmente muito maior que os encarnados), que vinculados à ignorância e aos sentimentos menores, buscam, através de processos obsessivos, perturbar os seus devedores ou algozes do passado. Para tanto, são influenciados e conduzidos por reconhecidas falanges dedicadas ao mal, que se aproveitam desta conhecida “loucura coletiva”, que é o Carnaval, para seduzirem e atirarem seus perseguidos nas sarjetas da degradação humana.

Neste sentido, os médiuns narram o peso das vibrações negativas, que envolvem os locais onde as atividades carnavalescas são exercidas, durante as reuniões mediúnicas sérias, o que demonstra as emanações fluídicas perniciosas nos dias em que se avizinha essa festa pagã.

Assim sendo, não só os Espíritas, mas todos aqueles que professam uma religião, que têm como guia um Espírito do estofo de Jesus, ou mesmo aqueles que acreditam num Deus-Pai absolutamente bom e justo, devem, num momento como este, entrar em prece, dedicar parte da ociosidade festiva, a leitura de obras edificantes, lembrando que nas “avenidas” que nos levam de volta ao Pai, os “blocos” se caracterizam, de um modo geral, pelo sofrimento e pela dor. Não mais as canções, o som muitas vezes é de gemidos, choros e ranger de dentes, acompanhados de cantos e palavras de conforto dirigidas pelos representantes do Pai.

Considerando, então, que somos conhecidos como “O Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho”, numa referência ao texto de Humberto de Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, bem como que a Doutrina dos Espíritos tem, através da Codificação e das obras complementares, nos mostrado o momento de transição que atravessamos, é mister que cada um de nós faça a sua parte na obra do Senhor. Neste momento, pois, a nossa parte é orar por aqueles parentes, ou não, que ainda se propõem aos folguedos carnavalescos, a fim de que sejam protegidos. Para além disso, e nas palavras de um Espírito amigo, “orar para que a violência diminua” e “vigiar para não cairmos nas tentações”, por desconsiderarmos a influência nociva que tem o ver e o assistir, ainda mesmo que através dos meios de comunicações.

No caminho de volta ao Pai, portanto, existirão muitos Carnavais e suas conseqüências, como descreve muito bem o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, nas duas obras psicografadas por Divaldo Franco, “Fronteiras da Loucura” e “Tormentos da Obsessão”.

Importa, por fim, destacar que um grupo de Psicólogos, segundo o Correio Brasiliense, concluiu sobre o carnaval o seguinte:

“(...) de cada dez casais que caem juntos na folia, sete terminam a noite brigados (cenas de ciúmes, intrigas, etc.); que desses mesmos casais, posteriormente, três se transformam em adúlteros; que, de cada dez pessoas (homens e mulheres) no Carnaval, pelo menos sete se submetem a coisas que abominam no seu dia a dia, como o uso de álcool e outras drogas (...).

Tudo isso resulta, segundo os mesmos estudiosos, do êxtase atingido na “grande festa”, quando os símbolos da liberdade, da igualdade, mas também da orgia e da depravação, estimulados pelo álcool, levam as pessoas a se comportarem fora de seus padrões normais (...).

Assim, como dizia o poeta Vinicius de Morais:

“Tristeza não tem fim, felicidade sim”,
A felicidade parece a grande ilusão do carnaval;
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta feira”


... Vale, então, a pena, por três dias, comprometer a eternidade?

Que a nossa , acesa e ardente, possa sobreviver aos carnavais da vida, sem se tornar cinzas, na quarta-feira.

08 fevereiro, 2009

Projeto Amai-vos e Instruí-vos – Janeiro de 2009

Editorial - 2009 – Ano da Atitude

“Em toda parte, vemos enfermidades, aflições, descontentamentos, desarmonias... Tudo é doença do corpo e da alma. Tudo é ausência do Espírito do Senhor”.

Nesse pequeno trecho, o Espírito Eustáquio – em mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier e integrante do livro Instruções Psicofônicas – com objetividade e clareza, desvela a realidade de nossos dias.

Podemos, nessa direção, dentre os diversos desafios e graves problemas que assolam a Humanidade, destacar a problemática do uso e abuso de drogas (lícitas e ilícitas), com seus dilaceradores reflexos no indivíduo, na família e na sociedade. De logo e, em virtude do seu caráter agressor e multifacetado (individual, familiar e social), percebemos que o tema é bastante relevante – especialmente, em épocas carnavalescas, propiciadoras e fomentadoras de todos os delizes individuais e sociais nesse âmbito – e que necessita, para o seu adequado esclarecimento e enfrentamento, de uma abordagem múltipla e complementadora em seus aspectos médicos, sócio-educativos e espirituais.

Desse modo, destacamos, pelo importante contributo esclarecedor e educativo para o Movimento Espírita, o material de apoio do Curso de Multiplicadores do Programa Nacional Antidrogas da Federação Espírita Brasileira. É que ele contém uma abordagem múltipla – médica, sócio-educativa e espiritual – corroborada por uma ampla pesquisa científica e doutrinária. Vejamos, então, suscintamente, o que ele nos traz sobre tão relevante assunto.

Primeiramente, os aspectos médicos consideram, em especial, os efeitos das drogas, de acordo com o tipo de substância utilizada, no organismo humano. Em seguida, o ângulo sócio-educativo, procura desvendar as causas (falta de informação sobre os efeitos e problemas que as drogas causam; influência de amigos, namorados/as, conhecidos e até familiares; dificuldade de se relacionar, fuga de problemas; facilidade em obter a droga; desejo de se integrar num grupo; desestruturação familiar: falta de amor, de união e de comprensão; vazio interior, falta de perspectivas; medo, insegurança e falta de objetivos), os sintomas (as mudanças na vida do indivíduo, dentre as quais as mais comuns são: perda da noção de tempo e de espaço; ausência de paciência e inquietude frequente; isolamento das pessoas que mais lhe querem bem; problemas de saúde; confusão mental; esquecimentos contínuos; baixo rendimento e/ou evasão escolar; agressividade e hostilidade; alterações radicais de humor; impontualidade nos
compromissos e problemas no trabalho) e as consequências – individuais, familiares, sociais (e, acrescentamos, às jurídicas, como envolvimentos com delitos, tráfico de drogas e organizações criminosas) – a fim de investir, intensamente, na prevenção, tratamento e repressão (por parte do Poder Público) ao uso e abuso de drogas.

Por último, ainda com base no texto supracitado, as implicações espirituais são examinadas sob três enfoques: i) os fatores predisponentes (tendências instintivas, estrutura psicológica, influência da família e da sociedade, obsessão); ii) as lesões no perispírito (hipnose, vampirismo e ação das drogas: intoxicação química, intoxicação fluídica, alterações da atividade mental, desensibilização de pontos específicos do perispírito seguido de lesões); e iii) as consequências espirituais, consubstanciadas, principalmente, na divina lei de causa e efeito.

O tratamento mais eficaz, por sua vez, decorre da intervenção tanto na esfera física – efetivada, via de regra, por equipe multidisciplinar, composta de médicos, psicólogos, psiquiatras e outros – como na esfera espiritual, que, para o Espiritismo, ocorre através do passe, da água fluidificada, da prece, do atendimento fraterno e das reuniões mediúnicas de desobsessão. Além disso, o esclarecimento da Doutrina Espírita sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos representa luz nas sombras em que, frequentemente, nos envolvemos, e o Evangelho de Jesus nos fornece o modelo de conduta que nos alivia as dores e nos põe no rumo da verdadeira felicidade.

Assim, na certeza de que “... o Amor Infinito do Pai Celeste brilha em todos os processos de reajustes” – consoante observou o Instrutor Sânzio, no livro Ação e Reação – façamos de 2009 – Ano da Atitude, no sentido de conjugarmos todas as informações – científicas, filosóficas e religiosas – para integralizarmos o homem no seu modelo JESUS.

Equipe do Projeto

Pensamento
“Pediste, porém, o berço terrestre, no exato lugar em que te cabe aprender e reaprender.”

Reflexão
“Protege os obsidiados como puderes, mas desculpa incondicionalmente os amigos perturbados da própria rota, quando te compliquem a experiência.”

Veja mais no informativo:

  • Série Doutrinária - Drogas, Juventude e Espiritismo
  • Série Mediunidade - Encontro com a equipe do Projeto Manoel Philomeno de Miranda no CECAM sobre Mediunidade e Reuniões Mediúnicas
  • Série Intercâmbio Mediúnico - “Deixai vir a mim as criancinhas”
  • Série Espiritismo e Ciência - O Poder da Água à luz da Ciência e do Espiritismo
Faça o download aqui: http://users.hotlink.com.br/rafp/PAI_InfJaneiro2009.pdf