Houve mobilização mundial, a indignação foi grande com tal crueldade. Vozes bradaram por justiça.
Aquelas mortes desencadearam um processo reivindicatório que acabaria com a instituição pela ONU em 1995 do Dia Internacional da Mulher.
O sacrifício de mulheres tem sido muito maior que naquela tragédia.
Quantas mulheres alegraram a loucura dos circos romanos.
Quantas alimentaram as fogueiras da Inquisição.
Quantas ainda são tratadas como seres de segunda categoria.
Quantas são submetidas à violência doméstica e social.
Quantas estão sob a arbitrariedade religiosa.
O “Dia Internacional da Mulher” é um dia simbólico da luta da mulher para a abertura de espaços sociais, políticos e administrativos, tem proporcionado um pólo de discussões e reivindicações . Mas ainda não venceram de vez a intolerância religiosa.
Quarenta dias após aquele desencarne coletivo trágico de 8 de março de 1857, vinha a lume, no outro lado do mundo, no dia 18 de abril de 1857, na França, o Livro dos Espíritos. Aqueles que blasfemaram, acusando Deus de permitir que suas criaturas fossem sacrificadas de forma tão bárbara; aqueles que não compreendiam o acontecido, puderam dispor de explicações plausíveis sobre o porquê daquele evento tão desumano.
O Livro dos Espíritos, obra que além de nos ensinar os porquês, nos ensina que as diferenças anatômicas dos sexos são situações transitórias do corpo material em seus processos reencarnatórios. O Espírito não tem sexo, tanto um como outro se complementam para realizarem como co-autores da obra divina a geração de novos corpos para que novos Espíritos possam ter a oportunidade da reencarnação..
As mulheres tem galgado postos de destaque . A própria Codificação contou com jovens mulheres médiuns para a sua estruturação. Um grande número delas trabalha ativamente no intercâmbio com o mundo espiritual.
O Espiritismo vem ao longo de sua existência desmitificando a supremacia masculina, nos mostrando através da evolução dos Espíritos que tem a oportunidade transitarem por ambos os corpos sexualizados a cada reencarnação. Um número significativo de mulheres atua ativamente no Movimento Espírita, através da direção de Federações, Centros e outras Instituições Espíritas do Brasil. O Espiritismo segue o exemplo de Jesus quando valoriza as mulheres sem discriminar os homens.
Cabe neste dia significativo não apenas para as mulheres, mas para todos nós, homens, uma reflexão sobre o nosso papel neste mundo de expiação e provas. Podemos talvez repensar o nosso comportamento diante da mulher avaliando o descrito no poema abaixo.
À MULHER
Quando divide o que não tem
Com quem tem e não divide . . .
Quando é permitida
Onde não precisa de permissão . . .
Quando é vetada
Onde não há proibição . . .
Quando partilha consigo mesma
E não está só . . .
Quando luta sem descanso
Pelo que já é seu . . .
Quando amarga calada
A derrota que não é sua . . .
Quando ocupa um lugar
Onde não há espaço . . .
. . . Se está diante de uma mulher
Num tempo machista .
À MULHER
Quando divide o que não tem
Com quem tem e não divide . . .
Quando é permitida
Onde não precisa de permissão . . .
Quando é vetada
Onde não há proibição . . .
Quando partilha consigo mesma
E não está só . . .
Quando luta sem descanso
Pelo que já é seu . . .
Quando amarga calada
A derrota que não é sua . . .
Quando ocupa um lugar
Onde não há espaço . . .
. . . Se está diante de uma mulher
Num tempo machista .