20 setembro, 2020

PROTOCOLO

 

Os muitos conceitos de protocolo1 têm sido aplicados nos vários sentidos, hoje diante do assédio virótico que nos atormenta ele tem sido usado com frequência. Entretanto, durante uma pandemia como a que nos assola nesse momento talvez o melhor sentido seja - Conjunto de regras ou critérios cumpridos numa dada atividade seja na execução, avaliação ou aceitação de materiais, produtos ou equipamentos; rotina. Tal conceito exige uma prática. A prática que precisa estar relacionada com o que se quer atingir, portanto se torna necessário que a sua clareza possa atingir o público alvo.

Na modernidade temos a internet, a televisão, a imprensa escrita, a mídia em geral, mesmo assim um número expressivo de indivíduos ignora ou por rebeldia e não atendem aos protocolos estabelecidos, ainda que no momento o número de internações ou de mortes esteja estampado nos vários veículos de informação. Como estivessem imunes à contaminação. Tal ignorância não afeta só os que não obedecem às recomendações, não se consideram transmissores, intermediário entre a saúde e a doença.

Se observarmos no percurso da História da Humanidade encontraremos alguns protocolos bem mais antigos que atravessaram a linha do tempo. Um dos mais significativos é aquele que propunha ao homem o retorno à Casa Paterna, traçando linhas de comportamento a serem seguidos e perpetuados. Chegou aos nossos dias, mas quantos deixaram de segui-los penetraram no caminho do erro intencional ou não. Falamos do decálogo - Os Dez Mandamentos - recebido e transmitido por Moisés aos judeus. Os transcrevemos aqui:

 

   Amarás a Deus sobre todas as coisas.
   Não tomarás o Nome de Deus em vão.    

   Santificarás os dias de festa
   Honrarás a teu pai e a tua mãe.
   Não matarás.
   Não cometerás atos impuros.
   Não roubarás.
  Não dirás falso testemunho nem mentirás.
   Não consentirás pensamentos nem desejos impuros.
10º Não cobiçarás os bens alheios.

Porém, desde aquela data, este protocolo, que ultrapassa séculos, foi objeto do não cumprimento. Transformou-se em instrumento de razão e motivação para mortes, destruição, mesmo que se soubesse das consequências. Basta um rápido olhar nas linhas do Velho Testamento. Embora, com o passar dos anos, diante de tanta miséria e perseguições aquelas palavras frutificaram. Era a lei estabelecida.

Diante da rebeldia dos homens daquele tempo, aquilo que se chamaria mais tarde de pecados capitais campeava entre o povo. A estes pecados juntemos as virtudes que eles contrariavam eram:

1.       Soberba x Humildade

2.       Avareza x Caridade

3.       Luxúria x Castidade

4.       Inveja x Bondade

5.       Gula x Temperança

6.       Ira x Paciência

7.       Preguiça x Diligência             

Avaliemos e olhemos para nós mesmos e perguntemos em quantos deles nos enquadramos e quantos outros não considerados capitais nós cometemos no nosso dia a dia?

Naquele momento Moisés nos trazia a “Lei Divina”, mas a ela acrescentou leis humanas conhecidas como leis mosaicas, para de alguma forma controlar o comportamento daquele povo que acabara de sair do cativeiro. Ainda vemos nela alguma influência do Código de Hamurabi. De alguma forma era Justiça sendo implantada. Mas as dificuldades da obediência perante a dureza da Lei Mosaica e a permissividade que era concedida, permitiram que uma série de delitos, atrocidades e sacrifícios fossem cometidos em nome de Deus.

Deus havia sido construído, não em forma de animais ou objetos, mas de um modelo antropomórfico, na mente dos homens, não no coração. Tinha todos os defeitos, tais como ser vingativo, tinha um povo privilegiado desde que obedecessem cegamente, exigindo sacrifícios e a opulência do seu templo.

Séculos passaram. Os homens não se consideravam irmãos. O importante eram os rituais. As formas internas não tendo nada a ver com o coração. Dentro deste desgaste do papel divino, diante de suas criaturas. A misericórdia divina, como Pai que é não abandonou a sua criatura e nos enviou seu filho, nosso irmão maior Jesus. Estávamos agora diante de um novo Protocolo, não desprezando o anterior, mas traduzindo-o de forma mais simples e objetiva. Jesus ensinava a forma real de olharmos Deus, não mais antromórfico. Um Deus justo, amoroso, misericordioso. Neste novo Protocolo, conhecido como a Segunda Revelação, não era só a Justiça, um novo sentimento entrava em cena: o Amor.

As falas de Jesus e seus exemplos transcritos pelos evangelistas se transformaram num guia seguro para a caminhada existencial. Em um comentário, Gandhi afirmava que se todos os livros fossem queimados e só restassem as “Bem Aventuranças” o mundo não estaria perdido.  O coração dos homens ainda estava endurecido.

Como no passado remoto, quando os homens se perderam dos ensinamentos divinos, foram novamente esquecidos os ensinamentos de Jesus, criando-se um Cristianismo a sua maneira. Conquistas territoriais, exuberância no vestir, novos rituais, imposição das suas crenças, entre outras coisas. Vieram as Cruzadas, a ignominiosa Inquisição. As fogueiras e as torturas, como se substituíssem o antigo circo romano onde os cristãos eram dizimados após atrozes sofrimentos.

Mais uma vez os homens se afastavam de Deus e de Seu filho Jesus. Haviam ensurdecido seus corações pelo clamor da matéria, talvez lembrando um dizer popular “quem não está comigo está contra mim”. Os seres humanos padeciam do direito de adorar Deus da forma cultural em que viviam e que muitas vezes não conseguiam compreender alguma coisa tão subjetiva e abstrata como o amor divino. Surgiram dissidências na forma de entender os Evangelhos e praticá-los. Havia releituras destes e com consequência até mesmo sangrentas como A Noite de São Bartolomeu.

Parecia que a misericórdia divina havia esquecido suas criaturas, mas não foi assim. Os homens esqueceram Moises, esqueceram Jesus, entretanto o Pai não nos esqueceu. Se as suas criaturas desprezaram o ensinamento das palavras vindo através de um só homem, Ele na sua sabedoria nos colocou à disposição aquilo que viria ser o Terceiro Protocolo, mais conhecido como a Terceira Revelação.

O que representou esse novo movimento, os espíritos que viveram e até mesmo conviveram conosco, vieram trazer à tona toda a suas experiências em suas existências anteriores. Não exigia do homem um saber maior que o entendimento de histórias ocorridas e de fácil comprovação. Esta Revelação nos colocou diante de uma nova percepção... representada pela Verdade.

Novamente os ensinamentos anteriores não foram abandonados, mas explicados. A ação de um homem serviu apenas para dar compreensão aos novos ensinamentos através de uma organização científica, ou seja, codificando as informações de forma a serem entendidas por todos, letrados ou não. Os rituais foram abolidos e só se exigia de cada um a sua capacidade de entendimento. Sendo baseado no Ensino Moral, que é a única parte inquestionável dos Evangelhos pois não oferece margem a discussões.

Hoje a leitura das Obras da Codificação Espírita, realizada por Allan Kardec, nos oferece um universo de informações onde podemos encontrar: Filosofia (Livro dos Espíritos); Ciência (Livro dos Médiuns); Religião/Moral (Evangelho Segundo Espiritismo); Relato das experiências de vários Espíritos conforme as suas evoluções e suas situações em consequências das suas vivências existenciais (Livro O Céu e O Inferno) e uma abordagem desde a criação do mundo até o complexo Ser Humano (Livro A Gênese). A partir desse momento outras informações foram surgindo, ainda com Kardec tivemos obras do O Principiante Espírita e a após a sua desencarnação as Obras Póstumas. E também com vários cientistas, como William Crookes e Cesar Lombroso. Segundo com a obra formidável de Léon Denis, tais como: O Problema do Ser do Destino e da Dor; Depois da Morte; No Invisível; Joanna D’Arc; O Grande Enigma; Cristianismo e Espiritismo entre outras.

No Brasil contamos as contribuições de Eurípedes Barsanulfo (fundador do primeiro Colégio Espírita); Francisco Cândido Xavier (responsável por centenas de obras espíritas) e ainda em plena produtividade Divaldo Pereira Franco (obras através da psicografia dos espíritos Joanna de Ângelis, Manoel Philomeno de Miranda e outros). As citações destes autores nos mostra que a resignificação de nossas mentes e nossos corações precisam sempre de testemunhos que motivem e nos encaminhem para busca de Jesus neste mundo e não necessariamente na Erraticidade.

Mais uma razão para atendermos aos Protocolos exigidos pela pandemia encaminhados por múltiplas autoridades.

Otavio Pereira de Oliveira   - Coordenador do DAE/GEJA da FEP

 

(1) Nota : Do grego prɔtɔˈkɔlu que ao longo do tempo foi adquirindo vários significados: a saber:

- Conjunto de formalidades e preceitos que se devem observar em cerimônias oficiais ou atos solenes; cerimonial; etiqueta.

- Acordo estabelecido entre entidades ou serviços.

- Conjunto de regras ou critérios cumpridos numa dada atividade, seja na execução, avaliação ou aceitação de materiais, produtos ou equipamentos; rotina.

- Registro da correspondência expedida, com a assinatura dos destinatários.

- Ata das conferências ou deliberações entre ministros plenipotenciários de diversos Estados, ou entre congressistas internacionais.

- Convenção entre duas ou mais nações.

- Antiquado registro, feito pelo escrivão do juízo, do que se passou na audiência.

NO TEU ESFORÇO DE AUTOILUMINAÇÃO

NO TEU ESFORÇO DE AUTOILUMINAÇÃO, TEM EM VISTA QUE A PACIÊNCIA É FATOR PRIMORDIAL PARA O ÊXITO - JOANNA DE ÂNGELIS

PACIÊNCIA: Capacidade que o indivíduo possui para desacelerar o anseio de realização imediata.

Num momento em que o ser humano vê-se constrangido a ficar em "isolamento social", onde sua casa sem grades torna-se sua prisão, sua mente condicionada a intermitentes pensamentos, recheados do passado, do presente e do futuro, para compreender-se, para tirar o véu da ilusão que o mantinha míope, de repente tudo o que menos valorizava torna-se um conhecimento novo, um algo a mais que o empurra para a aceitação do aqui e do agora. Nessa visão turva do viver, necessário se faz que o ser detenha-se na paciência para aceitar o tempo buscando a luz do entendimento. Nesse estado mental, uma forte pressão interna começa a ser sentida, nos cruzamentos do raciocínio não há placa indicativa de qual direção a ser seguida e então ocorre um colapso mental e o ser decide-se por seguir o caminho mais ameno porém não menos doloroso que é o da paciência para esperar passar a tormenta qual ser recém-nascido que espera no colo materno o tempo certo para andar...

Esse momento sugere passividade, reflexão, mas como se o cérebro cavalga sem direção? Necessário então ficar a sós consigo mesmo observando o movimento a sua volta, atento ao fluxo da vida, esse rio caudaloso que nos leva ao mar da renovação da autoiluminação

A morte está por todos os lugares do planeta e está muito próxima, bastando apenas que um perca a paciência para perder a orientação do caminho e reiniciar sua estada na terra com os mesmos padrões de hábitos, de costumes, se apegando a cultura velha de seu ambiente físico.

A paciência, pois, ressignifica nesse momento, a condição primária do bem viver mostrando que para tal situação basta que o indivíduo permaneça na condição de observador, analisando, compreendendo e aceitando o que a vida oferece. Se o indivíduo se encontra em uma situação de enfrentamento onde o outro ameaça física e moralmente, a paciência surge pedindo análise interpretativa usando para tal cometimento a máxima do Cristo: faça aos outros o que quer que lhe faça.

O ser paciente é fruto de erros e acertos de constantes reclamações não cabidas, de agressões verbais infantis, de movimentos acelerados onde o nível de cortisol aumenta gerando raiva, angústia e perda de tempo. Após toda essa vivência o indivíduo percebe que de nada vale tanta energia jogada fora e para refletindo que melhor é esperar ouvindo uma música, escrevendo ou apenas lendo, levando a mente a um nível acima dos acontecimentos e esperar conscientemente. Assim forma-se na individualidade a forma simples do ser superior, do homem de bem, do iluminado, que é a capacidade de gerir o tempo a seu favor, acalmando-se, para ouvir os batimentos do coração, deixando-se atravessar por fluidos de toda natureza, positivos e negativos, sem reter coisa alguma, pois o ser paciente vive em sintonia com a fé, com a compaixão, com a alegria, com Deus. Vivamos, pois em paciência, andando cada um em sua velocidade compreendendo que a pressa amarra a mente, e a paciência a faz voar. Voemos!

Um espírito amigo (médium Ângela Meneses)


10 junho, 2020


O VÍRUS CONTINUA... A NOSSA EXISTÊNCIA TAMBÉM CONTINUA?
       
Virose... Termo tornado popular quando não se conhece a causa de uma enfermidade, talvez tenha ficado banalizado, entretanto, sem deixar nenhuma sombra de dúvida, algumas desta viroses se estabelecem com sua identidade bem nítida e mostram sua face a partir das consequências de suas ações.
Há homens que aos poucos consideram a ciência como capaz de resolver todas as suas querelas com as enfermidades e se esquecendo grandiosidade da ação do Criador. Tal grandiosidade lhes dá a oportunidade de buscar suas soluções ao tempo que, no mesmo processo, coloca os limites onde só a humildade e a submissão à Sua vontade encontram eco.
Diante de uma pandemia, epidemia ou qualquer tipo de doença individual, expressões de qualquer  patologia, o desespero toma conta da humanidade. Alguns poucos conseguem ter o discernimento necessário e a compreensão do que é o mundo de Prova e Expiação e que aqueles que aqui habitam estão num momento de resgate ou de afirmação da sua melhoria moral.
Cabe uma pergunta: o que falta ao Ser Humano para encontrar o caminho da felicidade? Lembrando a mitologia grega sobre a Caixa de Pandora, mito que se inicia pelo roubo de uma fagulha do fogo sagrado por Prometeu (representava a inteligência e o saber), e termina com a abertura da Caixa de Pandora, onde estavam depositados os males e as doenças, mas que ao ser fechada conseguiu reter a Esperança. Por isso, o mito da caixa de Pandora quer significar que ao homem imprudente e temeroso são atribuídos os males humanos como consequência da sua falta de conhecimento e previsão. Também é curioso observar como o homem depende de sua própria inteligência para não ficar nas mãos do destino, das intempéries e dos próprios humanos.”(1).
Guardando do mitológico a lição de hoje, trazendo para a realidade que a Doutrina Espírita põe à nossa disposição, podemos compreender que a lição da Caixa de Pandora ensina ao homem a ser ele mesmo o arquiteto do seu futuro. Mas Deus não quer que a sua criatura sofra eternamente e lhe oferece alternativas de mudanças: a primeira é o combate ao orgulho e à vaidade, as grandes chagas da humanidade; a segunda lhe dota de inteligência e discernimento do que é certo ou errado e da capacidade de arrependimento e reparação. Mas fez mais, nos manda seu filho Jesus para nos ensinar a resignação através de suas palavras eternizadas no nosso conhecido e pouco praticado Evangelho, grande Manual de Moral e Ética, como uma escada de ascensão à Casa Paterna em que cada degrau significa a compreensão do homem do seu papel na Terra.
Mas além do Evangelho, sabendo das dificuldades do homem em sociedade (onde muitas vezes se perde), dota-o de uma semente, implantando-a em seu coração,este éo amor, que é operacionalizado através da caridade.
No momento que atravessamos, temos visto grandes impulsos de generosidade: pessoas ajudando aos seus irmãos menos felizes, que transitam na necessidade e na miséria (mesmo das coisas básicas para a sobrevivência), empresas com substanciosas doações, enfim, há uma mobilização de esforços assistenciais. É um belo exemplo, mas serão prorrogados após a pandemia?
Diversas formas de expressões religiosas se mobilizam materialmente e espiritualmente através de cultos, missas em intenção de ajuda, preces intersessórias, terços, mensagens edificantes e consoladoras e outras tantas formas de representação da fé.
Entretanto, diante das dificuldades que se apresenta, uma tríade de palavras nos suscitam ao trabalho humanitário, a saber: VontadePerseverança.
A , como nos ensina o Evangelho Segundo o Espiritismo, significa conceitualmente: ...”entende-se como  a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez permitindo se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas. A sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.” (2)
Podemos considerar a como o combustível que leva o homem a se movimentar para as grandes realizações, porém nunca esquecendo que ela deve ser sempre raciocinada, e que não deve ser passageira.
Portanto deve-se juntar à , a vontade, que determina a direção e a constância dos esforços aos objetivos a serem alcançados. Ela é a faculdade de perseguir o bem conhecido pela razão. A vontade pode ser fortalecida no indivíduo através da educação esclarecedora e, principalmente, através do combate ao capricho e à obediência passiva, bem como pela formação do hábito de propor a si mesmo tarefas difíceis e de trabalhar até conseguir alcançar o objetivo. (3). Mas o ditado popular nos ensina que: “vontade dá e passa”, o que no leva concluir a necessidade do terceiro elemento - perseverança.

Em que consiste a perseverança se não no investimento constante da vontade? "Qualidade de quem não desiste com facilidade; Característica ou particularidade de quem persiste, insiste e não desiste de uma coisa específica; pertinácia, constância: conseguiu.. Em termos psicológicos significa: “Capacidade de sustentação voluntária de uma atividade implicada por uma tarefa prolongada” (4).

Lembrando ainda o mito da Caixa de Pandora, cuja última coisa retida após o seu fechamento foi a esperança: modernamente, podemos dizer que é solo fértil para as oportunidades de mudança e para os consistentes objetivos para evolução do ser humano.  Considerando que a esperança é a disposição do espírito que induz a esperar que  uma coisa há de se realizar ou suceder. (5)
            Considerando que a existência é um estágio passageiro no qual se possibilita a reavaliação moral e que oportuniza a renovação desde a mudança de pensamento e comportamento, e nos oferece tantos testes, como o atual, a pandemia, através de um vírus tirano. Mas que, ao mesmo tempo, permite um reencontro conosco mesmo e com aqueles que convivemos mais intimamente - devolve-nos o sentimento de família.

            Podemos agora fazer escolhas: sermos desesperados ou solidários? Podemos, também, conviver harmonicamente conosco mesmo descobrindo qualidades que estavam ocultas pelos afazeres do dia a dia. Nosso olhar fica menos comprometido com a obscuridade dos prazeres mundanos e se desloca para o grande objetivo da nossa existência, o retorno à Casa Paterna.

Otavio Pereira Coordenador DAE e GEJA/FEP


30 maio, 2020

A RELAÇÃO PAIS E FILHOS NA ADOLESCÊNCIA

A FAMÍLIA.

            - Célula orgânica do corpo social é sustentáculo de sua perpetuidade.
- É o berço da civilização de um povo.

INFRAESTRUTURA DO INSTITUTO FAMÍLIA.
           
- Amor.
- Autenticidade
- Assistência.
- Estabilidade.
- Harmonia.
- Solidariedade.

OS PAIS

- Autoridade é a palavra derivada de autor, deixando claro que esta prerrogativa é inerente ao autor.
- Autoridade legítima é o processo pelo qual o pai ajuda o filho a crescer e amadurecer.
-     Afinal, é preciso impor limites à liberdade?
-     Depois do período de privação da liberdade, a sociedade passou a conceituar como hedionda qualquer pessoa de restringi-la, controlá-la, refletindo esse conceito na  educação dos filhos.
-     Passado os tempos em que a educação era extremamente rígida seguiu-se a um de educação excessivamente livre.
-     A educação rígida de anos atrás ou a atual totalmente livre e sem limites?
-     Surge aí, o desafio de se mesclar liberdade, autoridade na educação?
- Os novos pais estão com pavor de criar dentro de casa, filhos que mais parecem com pequenos tiranos, que se acham donos do mundo e exigem a imediata satisfação de seus desejos.

QUALIDADES PATERNAS:
DEFEITOS
- ser autêntico
- agressivos
- ser justo
- alcoólatras
- ser um educador
- alienados
- ser coerente
- angustiados
- ser cordial
- chantagistas
- ser compreensivo
- competidores
- ser clarividente
- desconfiados
- ter presença no lar
- dominadores
- ter serenidade
- fracos
- ter firmeza
- frios
- ter espírito aberto
- frustrados
- ter estabilidade emocional
- inseguros
- ter maturidade
- perfeccionistas
- ter prestígio
- possessivos

- super protetores


O ADOLESCENTE.

-     A adolescência, de um modo geral, é situada entre 13 e 18 anos.
-     As crianças estão mais sozinhas ou mais na convivência com seus pares da rua do que no seio da família.
-     O adolescente ou a criança está solitariamente assistindo à TV, na INTERNET ou está fora de casa, em bandos perambulando pelas ruas, shoppings, nos lugares de lojas.
-     A rua perdeu seu lugar de expansão aditiva dos jogos e das brincadeiras.
-    Isso tudo aconteceu enquanto seus pais se ocupavam diuturnamente com suas  próprias vidas, se preocupando em ganhar dinheiro, em sobreviver, em não perder tempo.
-     A adolescência, por sua vez, é uma atitude cultural.
-     A criança assume o papel social do adolescente e este, por sua vez, o papel de adulto.
-     Mas é de notar uma precocidade na puberdade  (9/10 anos).
-     Em 1840 a idade média da menarca rondava os (16/17 anos).
-     Atualmente a média é de 12,8 anos.

COMPORTAMENTO.

-     Achando que “podem tudo” os adolescentes, nessa fase, se rebelam e elaboram um conjunto de valores inusitados e quase propositadamente, contrários a valores até então tidos como corretos.
-     Ocorrendo comportamento de maneira saudável, o adolescente internalizará de forma positiva, o qual passará a fazer parte de sua identidade.
-     As figuras de autoridade são os alvos preferidos de contestação do adolescente.
-     A noção de autoridade para o adolescente se atualiza continuamente, começando com a figura social do pai, do amigo, do professor, passando para o ídolo.
-     A maior dificuldade é aceitar a autoridade imposta.
-     A autoridade pode adquirir um espaço importante no conjunto de valores do adolescente quando se constrói através da confiança e do respeito e não submetendo  jovem às pressões.
-     Ao se pretender exercer autoridade sobre o adolescente deve-se primeiro munir-se da plena responsabilidade sobre a sua aceitação ou não.
-     Circunstâncias que envolvem conflitos, desentendimentos e brigas são absolutamente naturais nessa fase da vida e não há benefícios fugindo-se delas.
-     A adolescência vai se caracterizar pelo afastamento do seio familiar e, consequente, imersão no mundo adulto.
-     Nessa fase a pessoa deixa-se influenciar pelo ambiente de maneira muito mais abrangente que antes, onde um universo era a própria família.
-     À medida que os vínculos sociais vão se estabelecendo, um conjunto de características vai sendo valorizado.
-     O rumo que ele dá para sua vida acaba tendo influências na sociedade, a qual cobra de cada pessoa um papel social, preferentemente definido e o mais definitivo possível.

RELACIONAMENTO DOS PAIS COM OS JOVENS.

-     Um dos maiores desafios para os pais e os filhos na juventude é o que enfrentam na vida doméstica: o relacionamento sadio e agradável entre si.
-     A palavra mais empregada é “DIFICULDADE”.
-     Dificuldade em se comunicarem.
-     Se a liberdade dos filhos aumenta à medida que crescem, consequentemente, a responsabilidade segue aumentando igualmente.
-     Nossos filhos não pertencem a nós, assim como nós não somos suas propriedades.
-     Pais que não conversam com os filhos, não lhes conhecem as idéias, os pensamentos, as disposições, os desejos, a personalidade, além de não lhes plantar no coração a confiança da amizade recíproca.
-     Nada de preguiça ou desanimo e má vontade ante os desafios da educação, para que a consciência se apresente tranquila quanto aos deveres particulares nesse campo.
-     No trabalho educativo não será preciso que nos tornemos criaturas perfeitas, antes de ensinarmos aos nossos filhos os valores edificantes da vida.
-     Os hábitos dos mais velhos é que acabam por influenciar os hábitos dos mais jovens, que tenderão a imitá-los.
-     Sabemos que é preciso vencer a nós mesmos coloquemos mãos -a -obra e comecemos a trabalhar, trabalho em que será o de assistir ao próximo tanto quanto pudermos superar nossos vícios, a custa de sacrifícios, alijar da nossa rotina hábitos perniciosos e conquistar valores novos.
-     É necessário erradicar o engano de que dando aos nossos filhos total liberdade estaremos criando filhos mais saudáveis, de melhor personalidade. Não há como conciliar a corrigenda dos problemas morais e psicológicos a uma liberdade exagerada.

A MELHOR DEFESA É A ORIENTAÇÃO E O ESCLARECIMENTO.