08 agosto, 2010

Informativo Nº 13 – Ano III – Março de 2010

Uma reflexão sobre a unificação no movimento espírita
“As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.” O ESPÍRITO DE VERDADE

Veja mais no informativo:

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http://users.hotlink.com.br/rafp/PAI_InfMar2010_Especial.pdf

03 agosto, 2010

Censo demográfico do IBGE

RECOMENDAÇÃO AOS ESPÍRITAS

Considerando que, segundo informações, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, na pesquisa destinada ao Censo demográfico nacional caracterizou os espíritas como Kardecistas;
Considerando que esta Federação Espírita Brasileira - FEB, não foi consultada por aquele órgão sobre o assunto;
Considerando que a esta altura, não há tempo hábil de tentar mudar a programação estabelecida pelo IBGE;
Considerando ainda que a pesquisa nacional já se encontra em curso;
Recomendamos a todos os espíritas que, ao serem consultados pelos pesquisadores do IBGE e visando a inclusão de todos na contagem que se realiza, declarem-se Kardecistas, uma vez que no formulário do Censo não foi registrada a palavra Espírita.

Brasília, 2 de agosto de 2010.
Federação Espírita Brasileira
Nestor João Masotti
Presidente

18 julho, 2010

Informativo Nº 14 – Ano III – Junho de 2010

Editorial - Chico Xavier
(Caridade, Fé, Espírito, Saber e Amor)
Falar sobre Francisco Cândido Xavier é, quase sempre, ser repetitivo, pois não há palavras que expressem a sua real importância para o Movimento Espírita, para os espíritas e para a humanidade em geral. Uma só palavra, certamente, não deve ser jamais esquecida: gratidão. Assim, é que, profundamente, agradecidos a esse mineiro Chico Xavier, por toda sua dedicação e obra em forma de amor ao próximo, prestamo-lhe uma singela homenagem, destacando algumas das suas indiscutíveis virtudes, corroboradas por suas sempre sábias e simples palavras.
Chico Xavier – o ser humano brasileiro, financeiramente pobre e dedicado trabalhador.
“Nasci em Pedro Leopoldo, Minas, em 1910. Filho de um lar muito pobre, órfão de mãe aos cinco anos, tenho experimentado toda classe de aborrecimentos na vida e não venho ao campo da publicidade para fazer um nome, porque a dor há muito já me convenceu da inutilidade das bagatelas que são ainda tão estimadas nesse mundo. Começarei por dizer-lhe que sempre tive o mais pronunciado pendor para a literatura; constantemente, a melhor boa vontade animoume para o estudo. Mas, estudar como? Eu tinha apenas uma pequena parte do dia disponível para os estudos, e trabalhava em uma fábrica de tecidos das 15h às 2h da manhã. Mesmo assim, com muito sacrifício, pude chegar até o fim do curso primário. É verdade que, em casa, sempre estudei o que pude, mas meu pai era completamente avesso à minha vocação para as letras, e muitas vezes tive o desprazer de ver meus livros e revistas queimados. O meu ambiente, pois, foi sempre alheio à literatura; ambiente de pobreza, de desconforto, de penosos deveres, sobrecarregado de trabalhos para angariar o pão cotidiano, onde se não pode pensar em letras”.
Chico Caridade Xavier – a discrição, a humildade, a bondade, a paciência.
“Como duvidar de Chico Xavier? Fenômenos como estes se repetiram milhares de vezes ao longo dos 74 anos de atividade mediúnica do líder espírita. Quando Chico completou 70 anos, no dia 2 de abril de 1980, já eram 10 mil as cartas de mortos a suas famílias psicografadas por ele, segundo sua assessoria. E já eram também 2 mil as instituições de caridade fundadas, ajudadas ou mantidas graças aos direitos autorais dos livros vendidos ou das campanhas beneficentes promovidas por Chico Xavier. Porta-voz de Deus? ‘Uma besta encarregada de transportar documentos dos espíritos’ , Chico reagia. Um iluminado? ‘Não. Uma tomada entre dois mundos’, minimizava.
Chico Xavier, o apóstolo? ‘Nada disso. Cisco Xavier’ - ele transformava o nome em trocadilho quando já era idolatrado por caravanas de fiéis e curiosos vindos de todo o Brasil e indicado ao Prêmio Nobel da Paz em campanha nacional embalada por mais de 2 milhões de assinaturas de adesão, em 1981. ‘Sou um nada. Menos do queum nada’, repetia, para se defender de tanto assédio e evitar uma armadilha perigosa: a vaidade.Ao longo dos 92 anos de vida - 74 deles dedicados a servir de ponte entre vivos e mortos, Chico escreveu 412 livros, vendeu quase 25 milhões de exemplares e doou toda a renda, em cartório, a instituições de caridade: Os livros não me pertencem. Eu não escrevi livro nenhum. ‘Eles’ escreveram”.
Chico Fé Xavier – a perseverança, a disciplina, a abnegação.
“Sobre esses fatos e essas provas irrefutáveis solidificamos a nossa fé, que se tornou inabalável. Em breve minha irmã regressava ao nosso lar cheia de saúde e feliz, integrada no conhecimento da luz que deveria daí por diante nortear os nossos passos na vida”.
Chico Espírito Xavier – o grande mensageiro dos Espíritos, a mediunidade com Jesus e Kardec, o apóstolo da mediunidade. “Serão das personalidades que as assinam? - é o que não posso afiançar. O que posso afirmar,categoricamente, é que, em consciência, não posso dizer que são minhas, porque não despendi nenhum esforço intelectual ao grafá-las no papel. A sensação que sempre senti, ao escrevê-las, era a de que vigorosa mão impulsionava a minha. Doutras vezes, parecia-me ter em frente um volume material, onde eu as lia e copiava; e, doutras, que alguém mas ditava aos ouvidos, experimentando sempre no braço, ao psicografálas a sensação de fluidos elétricos que o envolvessem, acontecendo o mesmo com o cérebro, que se me afigurava invadido por incalculável número de vibrações indefiníveis”.
Chico Saber Xavier – os livros, as mensagens, o exemplo.
“Terei feito compreender, a quem me lê, a verdade como de fato ela é? Creio que não. Em alguns despertarei sentimentos de piedade e, noutros, rizinhos ridicularizadores. Há de haver, porém, alguém que encontre consolação nestas páginas humildes. Um desses que haja, entre mil dos primeiros, e dou-me por compensado do meu trabalho”.
Chico Amor Xavier – a vivência evangélica.
“Sobre o Brasil paira a bênção da mais grave responsabilidade: a da vivência do Evangelho puro e simples, em que a fé e a caridade, dando-se as mãos, demonstrem, para todos os nossos irmãos em sofrimentos e em negação, a presença de Deus! Nós agradecemos, com a alma e o coração empenhados no compromisso de servir e amar,porque a mais alta distinção de um filho de Deus Altíssimo é fazer sua augusta Vontade, em todos os lances e ocorrências do caminho!” Só nos resta, então, mais uma vez, agradecer a esse grande “Homem de Bem” portudo de bom e de belo que ele semeou e semeia diariamente em nossas mentes e em nossos corações, por meio dos inúmeros ensinamentos e mensagens de consolo e fé, trazidas pela sua mediunidade abençoada e exercida plenamente à luz do Evangelho e da Doutrina Espírita.Por fim, juntamente com alegria de comemorarmos o Centenário de Nascimento de Chico Xavier, compartilhamos com todos os participantes e simpatizantes do “Grupo de Estudos Joanna de Ângelis” – fonte originária do Projeto “Amai-vos e Instruí-vos” e de seu Informativo – a nossa, também, imensa felicidade de retornarmos a nossa Casa de origem, a nossa estimada Federação Espírita Pernambuca, a partir do mês de Agosto próximo. Que Deus, Jesus e os Espíritos Amigos protejam e fortaleçam, assim, os nossos melhores propósitos de aprendizagem e de vivência cristã!

Reflexão
“Somente os que ajuízam, acerca da ignorância própria, respeitando odomínio das circunstâncias que desconheçam, são capazes de produzirfrutos de perfeição com as dádivas de Deus que já possuem."

Veja mais no informativo:
  • Série Doutrinária: Chico Xavier – o Homem de Bem
  • Série Sentimento: O Perdão
  • Série Mediunidade: Dúvida, Convicção e Bom Senso
  • Série Reflexões de Um(a) Aprendiz: 3o Congresso Espírita Brasileiro
  • Série Intercâmbio Mediúnico: O Perdão
  • 3º Congresso Espírita Brasileiro: os 100 Anos de Chico Xavier e seu Legado ao Movimento Espírita
  • SUPLEMENTO
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14 julho, 2010

OS EVENTOS NO MOVIMENTO ESPÍRITA E SUA SINTONIA COM O ESPIRITISMO

Comumente temos visto surgir no movimento espírita eventos, objetivando captação de recursos financeiros e por vezes até o entretenimento, que, devido a sua natureza, estão a merecer de todos nós espíritas e principalmente dirigentes de instituições espíritas, uma reflexão mais apurada acerca da sua sintonia com os reais propósitos do Espiritismo no Mundo em que vivemos. Não queremos com isso evidenciar uma preocupação exagerada sobre o assunto, mas evitar que incorramos no erro referente aos fins justificando os meios.
Sabemos que, em síntese, o foco da missão do Espiritismo no Mundo é a melhoria ético moral da criatura humana, dentro dos fundamentos do AMOR, ensinados e vivenciados por Nosso Senhor Jesus Cristo; daí a Doutrina Espírita ser também denominada de O Cristianismo Redivivo. Tal direcionamento tem sua sustentabilidade no fato de que a criatura humana, uma vez moralizada, produzirá empreendimentos favoráveis a todos e não somente a poucos privilegiados. A moralização do ser humano não só favorecerá sua sobrevivência digna como também o auxiliará nas suas relações interpessoais, na sua vivência cidadã, e nas suas produções científicas, jurídicas, médicas, culturais, artísticas e no entretenimento, em geral.
O Centro Espírita como espaço educacional, por excelência, não pode perder esse foco. Suas ações e ensinamentos devem contribuir, essencialmente, para que o Espiritismo atinja todas as suas metas, principalmente aquela referente à promoção do progresso espiritual da criatura humana. Para isso, deve oportunizar, na sua dinâmica de atividades, o maior número possível de vivências voltadas para a solidariedade, fraternidade, e respeito entre as criaturas humanas, sem, no entanto, nenhuma delas ferir as recomendações do Cristo e do Espiritismo. Na sua busca, justa, de recursos para atender as necessidades de sobrevivência da própria instituição e/ou continuidade dos seus programas assistenciais é importante que nenhum evento seja realizado objetivando, unicamente, a superação dessas necessidades de ordem material. Que tais necessidades sejam consideradas e até sirvam de motivação para o planejamento de um evento, entretanto o estilo e o meio empregado para sua realização não devem colidir com os propósitos do Cristo através do Espiritismo. De certa forma Jesus deixou bem claro esse cuidado nessa passagem do Evangelho de Lucas:
“Aconteceu que, indo em viagem, entrou em uma certa aldeia. Uma mulher chamada Marta, o recebeu em sua casa. Esta tinha uma irmã, chamada Maria a qual, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Maria, porém, afadigava-se muito na contínua lida da casa; e, apresentou-se diante de Jesus, dizendo: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado só com o serviço da casa? Dize-lhe , pois, que me ajude. O Senhor, respondendo, disse-lhe: Marta, Marta, afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas. Entretanto uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada.” (Lucas, 10 – 38 a 42)
No contexto das realizações das atividades dos Centros Espíritas, essa passagem da vida de Jesus e o ensinamento nela contido são bastante oportunos, isso por que, a exemplo de Marta, às vezes, somos levados a nos envolver mais com a lida da instituição, decorrente das frentes de trabalho abertas, do que com aquelas outras voltadas para a educação ético moral das criaturas (Marta, Marta, afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas. Entretanto uma só coisa é necessária). Não é raro vermos a ausência de trabalhadores das instituições nas reuniões públicas doutrinárias e nos grupos de estudo (sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra) por estarem bastante atarefados com os afazeres do Centro nos horários dessas reuniões, como Marta na lida da casa. Também, não é raro constatarmos a grande preocupação de algumas instituições espíritas em buscar recursos financeiros para a superação de suas dificuldades econômicas utilizando-se de iniciativas mais sintonizadas com os folguedos e eventos estranhos a moral espírita cristã, do que com aqueles coerentes com os propósitos doutrinários. Os folguedos regionais, como quadrilhas juninas, festas carnavalescas, forró, bingos, cirandas, etc., têm seu espaço devido e seus patrocinadores apropriados, que, decerto, não são nem as casas espíritas nem seus dirigentes. Não que esses eventos não tenham sua ressonância e aceitação na sociedade ou que sejam reprováveis, mas sim, por não se adequarem a proposta do Espiritismo para a humanidade. Senão vejamos; os festejos juninos evidenciam fogueiras, fogos de artifícios e quadrilhas com casamentos matutos que nada têm a ver com o Espiritismo. As festas carnavalescas e bailes de forró são estímulos para comportamentos geradores de desagregação no grupo, principalmente na nossa realidade social tão carente de uma moral e ética apropriadas à paz e a tranqüilidade. Os bingos, por sua natureza de jogo de azar, não se adéquam a prática espírita.
Desenvolver iniciativas voltadas para a moralização da criatura humana é ficar com JESUS. (Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada) É certo que a casa espírita precisa realizar atividades que visem à superação de suas carências, entretanto essas atividades devem somar-se a aquelas, já existentes na instituição, que estimulam as pessoas a colocarem em prática seus sentimentos de solidariedade, fraternidade e caridade que, na sua essência, são manifestações da centelha divina existente em todos nós. Espelhemo-nos no exemplo de Francisco de Assis, que ia aos lares sensibilizar seus moradores a fazerem doações aos pobres (socialmente carente) e enfermos. Nos dias atuais poderíamos ir a empresas comercias e industriais para sensibilizar seus dirigentes a integrá-las nessa jornada de solidariedade humana. Poder-se-ía também, promover feiras de livros espíritas, campanhas de donativos envolvendo freqüentadores e lares vizinhos a instituição, almoços e lanches fraternos, apresentações artísticas (teatro), culturais (poesias, contos e poemas) e musicais (coral e instrumental) com temática espírita, bem como apresentações de filmes seguidos de debates com finalidades doutrinárias
Coloquemos mais confiança nas palavras do Cristo quando nos conclama a confiarmos em DEUS, “Vosso Pai sabe que tendes necessidade de todas elas. Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo.” (Mateus, 6 – 32 e 33). Todo aquele que divulga e crê com convicção nos ensinamentos de Jesus, naturalmente, jamais deixará de cumprir com suas orientações, sob pena de se incluir no rol daqueles a quem Jesus endereçou as seguintes palavras: “Por que me chamais vós Senhor, Senhor e não fazeis o que eu vos digo? Todo o que vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe em prática.” (Lucas 6 – 46 e 47)
Se formos coerentes com Jesus e com o Espiritismo, decerto estaremos ajudando a construir um novo modo de vida no Mundo e entoando um novo e duradouro cântico de paz e Amor entre as criaturas. Quando as pessoas que vivenciarem a proposta espírita perceberem que ela, ao contrário dos modelos que hoje atraem multidões aos eventos, não só contempla a superação das necessidades e o entretenimento, mas acima de tudo contribui para um estado de felicidade pessoal e coletiva permanente, irão querer transplantá-la para o seu dia a dia, nas suas relações de trabalho, na sua vida familiar, na sua participação social e aí haverá mais instantes felizes entre as criaturas e o Espiritismo terá alcançado sua meta principal que é a de nos motivar a amarmo-nos uns aos outros como Jesus nos ama.

Xerxes de Luna

04 julho, 2010

A ARTE NO MOVIMENTO ESPÍRITA

Atualmente temos visto surgir no movimento espírita, muitas produções de natureza artística no âmbito do teatro, da música, da dança e da expressão corporal, para citarmos algumas delas. Cremos ser importante o surgimento de tais realizações, pois o Espiritismo em muito pode contribuir para a existência e manutenção da verdadeira Arte, aquela que busca despertar a essência divina que dormita na criatura humana. Entretanto, para tal, se faz necessário que os realizadores dessas produções no meio espírita, além de concentrarem a atenção na temática espírita que fará vir à tona os sentimentos sublimes dos espectadores e ouvintes, também atentem para a percepção plástica dessas realizações, isto é, pelas condições estéticas e os efeitos melódicos, cênicos e expressivos que retratarão a criação artística. Segundo o Espírito Vianna de Carvalho. “A Arte tem como meta materializar a beleza invisível de todas as coisas, despertando a sensibilidade e aprofundando o senso de contemplação, promovendo o ser humano ao páramos da Espiritualidade.” (Atualidade do Pensamento Espírita – item 144 – Psicografado por Divaldo P. Franco)

As manifestações artísticas produzidas no meio espírita quando fiéis a essa colocação do Espírito Vianna de Carvalho, fazem dos seus autores, realizadores e interpretes obreiros valorosos da difusão da Boa Nova anunciada por Jesus, através do Espiritismo. Para tal alguns cuidados são imprescindíveis. Na música, por exemplo, a letra deve estimular nos ouvintes sua sensibilidade para o bem e para o belo e a melodia deve ter ritmo e vibração sonora em plena comunhão com os propósitos espirituais da letra. Assim, com todo o respeito aos ritmos populares (samba, frevo, forró, marchas carnavalescas, etc.), não os vemos como fundos melódicos para as letras com cunho espírita. Esses ritmos sintonizam mais com os sentidos físicos das criaturas do que com a sensibilidade do espírito que as anima. Com essa colocação não queremos desvalorizar as tradições e culturas que caracterizam as músicas regionais, pois elas são alicerces para os avanços futuros, todavia a música espírita, além de entreter e alegrar deve instruir e apontar o caminho para a perfeição das criaturas; deve apresentar uma nova forma de enlevo para seus ouvintes; deve conduzi-los as paragens sublimes que os farão experimentar emoções diferentes daquelas comumente conhecidas e vivenciadas no mundo. Os grandes autores e intérpretes da música que trilharam esse caminho se tornaram imortais. Nós espíritas, ouvintes e artistas, não devemos menosprezar a boa música, popular ou não, nacional ou internacional, contudo devemos concorrer para o surgimento de um novo movimento musical, onde as letras e os ritmos melódicos estejam adequados aos propósitos evolutivos da criatura humana, sem no entanto incorporarmos a esse acervo melódico e musical, produções outras, advindas dos diversos segmentos religiosos ou não.

No que se refere às artes cênicas como o teatro, a danças e a expressão corporal, também como a música, essas manifestações artísticas devem, primordialmente, levar seus expectadores a perceberem a realidade nas suas duas dimensões da vida; a material e espiritual. Nesse sentido o Espiritismo pode muito contribuir, pois seu acervo literário é rico. No entanto, temos que refletir sobre a forma como essas obras devem chegar às pessoas. Não podemos, mesmo movido pelo desejo sincero de divulgar o Espiritismo, promover eventos de caráter artístico em nossas instituições ou fora delas, que contrariem a harmonia, o encantamento e a sublimidade das genuínas expressões da Arte, pois isso não só será um desserviço a Arte em si, como também a própria divulgação do Espiritismo. Os atores e as atrizes que encenarão as obras de natureza espírita deverão ser expressivos, dotados da técnica apropriada, isentos de arrebatamentos de vaidade e vedetismo, públicos ou de bastidores. As indumentárias utilizadas nas apresentações deverão ser compatíveis não só com o contexto da obra, mas acima de tudo, com os padrões morais exigíveis nos ambientes que estejam sob a responsabilidade espírita, o mesmo ocorrendo com as posturas e movimentos cênicos que não devem propiciar constrangimento aos espectadores. Movimentos cênicos desalinhados, impróprios ou que exponham as partes íntimas da anatomia humana, bem como a utilização, durante as encenações, de roupas que evidenciem acentuadamente o contorno do corpo, como se os atores estivessem desnudos, ou as que comprometem o pudor não devem fazer parte dos recursos cênicos e da indumentária dos eventos artísticos espíritas. Em hipótese alguma devemos importar para nosso meio, os destemperos de comportamento e as posturas inapropriadas dos pseudos artistas que, mesmo afrontando a estética e a moral, são plenamente aplaudidos e imitados por boa parte da sociedade. Para isso os artistas e diretores artísticos devem ter talento para poderem passar para o público, de forma natural, as impressões e expressões dos seus personagens. Tal condição não exigirá só competência técnica. Também exigira aprimoramento espiritual dos seus interpretes. Segundo o Espírito Vianna de Carvalho, na mesma obra supracitada, “à medida que o ser progride, amplia a capacidade de perceber a beleza e senti-la nas suas várias expressões.” Assim, constitui requisito básico para todos os que se propõem a divulgar o Cristianismo à luz do Espiritismo por meio da Arte, não só conhecer as obras básicas espíritas ou ser profissional nas artes cênicas, mas principalmente estar integrado às demais atividades de estudo e serviços da instituição a que esteja vinculado, ocasião em que não só lhe será oportunizado conhecer os ensinamento e propósitos espíritas como também, participar da dinâmica dos serviços realizados em prol da felicidade dos seus semelhantes.

Desta forma, há o Espiritismo de restaurar, com suas manifestações artísticas, o verdadeiro espírito da Arte; e no dizer de Emmanuel, na obra O Consolador, psicografada por Francisco Cândido Xavier, o artista verdadeiro será sempre “o médium das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, fará tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o Infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas sua manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor.”

Xerxes Pessoa de Luna

04 junho, 2010

A JUVENTUDE ESPÍRITA E A UNIFICAÇÃO

A Unificação do movimento espírita é trabalho que exige a cooperação de todos os que, sinceramente, queiram fazer parte do voluntariado da paz e da fraternidade, organizado pelo Plano Espiritual Superior e guiado por Nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se, nas palavras de EMMANUEL, “de um avançado cometimento da boa vontade de cada companheiro na construção do edifício coletivo do bem geral”.
Sendo assim, o convite para a tarefa é direcionado a todos, inclusive aos jovens, cujo dinamismo e entusiasmo, característicos da sua faixa etária, não podem ser dispensados no trabalho incessante de levar o Espiritismo, à sociedade, não só como uma doutrina que esclarece e consola, mas também, como um roteiro seguro e eficaz para todos aqueles que buscam as luminosas estâncias da paz e da felicidade.
Cabe aos dirigentes das instituições espíritas a grande responsabilidade de atrair e motivar os jovens para o trabalho da divulgação e vivência do Espiritismo, disponibilizando meios e condições que os possibilitem desenvolver sua tarefa com alegria, comprometimento, seriedade, responsabilidade e coerência com os princípios doutrinários. Isso, no entanto, só será possível se, entre as partes, preponderar um clima de afetividade cristã, respeito, companheirismo e confiança. Para tal se faz necessário uma presença mais constante dos voluntários adultos e dirigentes das instituições junto as Mocidades Espíritas com o propósito de conhecerem e colaborarem com o importante trabalho que elas realizam no âmbito da evangelização da criança e do adolescente, do estudo doutrinário e outros. Além disso, seria oportuna ocasião para troca de idéias e experiências e para unir esforços no sentido de bem servirem a causa do Cristo por meio do Espiritismo.
Como o trabalho da Unificação também exige significativo esmero da sensibilidade seria interessante que as instituições espíritas apoiassem e incentivassem, cada vez mais, programas que envolvessem as Mocidades em visitas assistenciais a espaços socialmente carentes e/ou outros, onde a dor e o sofrimento convivem com relativa constância. A visita a esses espaços, a nosso ver, seria de grande valia por possibilitar ao jovem uma amadurecida tomada de consciência sobre a importância do bom uso dos bens e dons com que foi agraciado na atual reencarnação. Além disso, serviria para aprimorar sua sensibilidade no trato com a miséria humana e exercitar seu senso de compaixão e respeito ao próximo, através de intervenções práticas, de natureza doutrinária e/ou social que objetivassem a transformação daquele quadro de carência, dor e sofrimento. Tal experiência também contribuiria para o aprimoramento do seu senso de respeito às diferenças e seu espírito de compreensão, indulgência (misericórdia) e solidariedade, tão necessários ao trabalho da Unificação.
Outro aspecto importante a ser trabalhado é a consciência da unidade no trabalho de natureza doutrinária; a importância de unir esforços para que os objetivos comuns sejam alcançados. Essa conscientização, devidamente esmerada com a vivência, garantirá a sintonia do movimento espírita com os ideais do Espiritismo. Nesse sentido poder-se-ía estimular visitas fraternas a Mocidades de outras instituições, com finalidade de confraternização ou troca de experiências. Também seria uma boa lembrança a participação conjunta de jovens e adultos voluntários, nos programas de formação e aprimoramento de trabalhadores. Geralmente o Órgão de Unificação Estadual oferece às instituições eventos (encontros, cursos, simpósios, etc) voltados para esse fim, nas diversas áreas de atuação do Centro Espírita. Seria uma forma de a instituição garantir um futuro seguro e sintonizado com os padrões doutrinários do genuíno Espiritismo e com seus compromissos na sociedade e no movimento espírita. A instituição que não se preocupa com sua juventude, até mesmo achando-a desnecessária, está fadada a, futuramente, deixar de existir uma vez que os adultos envelhecem e partem.
O jovem deve ser percebido, na dinâmica de atividades da instituição, como parceiro tão valoroso quanto o adulto. Por isso não deve ficar limitado, única e exclusivamente, ao trabalho de evangelização infantojuvenil, as reuniões de mocidade, ou a outras atividades inerentes ao Departamento de Infância e Juventude. É fundamental que ainda jovem se familiarize e se prepare para colaborar em outras atividades da casa. Neste sentido as experiências do adulto associadas ao dinamismo da juventude darão resultados promissores.
Os dirigentes de instituições espíritas que ainda não atentaram para essa integração bem que poderiam iniciar esse processo convidando aqueles jovens mais envolvidos com a casa ou os que apresentassem interesse, para colaborarem nos trabalhos da tribuna espírita (desde que tenham seguro conhecimento doutrinário e boa capacidade de comunicação); nas atividades da divulgação doutrinária, no setor administrativo, na área da informática, na recepção aos que chegam a casa e aos idosos, na área da assistência e promoção social ou em outras atividades onde seu dinamismo, sua boa vontade e seu comprometimento doutrinário for requisitado.
Ainda dentro desse propósito, a conduta participativa e solidária dos adultos voluntários no desenvolvimento das atividades, suas relações interpessoais fraternas e a atenção constante para com as orientações doutrinárias serão testemunhos vivos de que a liberdade e o respeito à criatura humana são pilares imprescindíveis à sustentação das nossas atividades e realizações. Todos somos livres para propor e realizar empreendimentos, desde que “a base kardequiana permaneça em tudo e em todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se nos levanta a organização,” (Bezerra de Menezes). A organização espírita não dispensa, em hipótese alguma, uma linha austera de dignidade, de nobreza nas ações e de respeito à ordem, e convida-nos, por sua vez, a união constante de esforços, para a execução do programa federativo emanado da organização geral de Unificação em nosso país que é o Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, com vista a uma plena harmonia de objetivos e unidade de programa, moldado este pelas “Bases de organização espírita” aprovadas no Rio de Janeiro, em 1904, de acordo com o deliberado na Grande Conferência Espírita realizada no Rio de Janeiro, em 5 de outubro de 1949. (Apostila Movimento Espírita da FEB).
Finalizamos essa reflexão com a seguinte mensagem do Espírito Adolfo Bezerra de Menezes, o incansável trabalhador da unificação no movimento espírita: “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros, seremos pontos de vista”.
Xerxes Pessoa de Luna

28 maio, 2010

O CENTRO ESPÍRITA E A ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA

Passados pouco mais de 60 anos da realização da Grande Conferência Espírita no Rio de Janeiro (5/10/1949) que reuniu representantes de várias Federações e Uniões de âmbito estadual, cuja ata resultou no documento base da Unificação em nosso movimento conhecido como “Pacto Áureo”, se faz necessário refletir sobre a forma como os centros espíritas podem melhor contribuir para a execução do programa federativo voltado para a unificação do movimento espírita no Brasil, cujos fundamentos guardam estreita sintonia com as “Bases de Organização Espírita” publicada em 1904 na revista “Reformador”, pela Federação Espírita Brasileira.
As Bases de Organização Espírita objetivam a harmonia nas ações desencadeadas pelo movimento espírita com vista à divulgação do Espiritismo, condição essencial para que se garanta a unidade doutrinária, a conjugação de esforços e a fraternidade no crescimento do Espiritismo em nosso país. Elas inspiraram a criação do Conselho Federativo Nacional, instalado em 1950 e que, ao longo desse tempo, vem adotando medidas concretas, através de resoluções, programas e campanhas, voltadas para a concretização dos propósitos da Unificação do movimento espírita brasileiro e a manutenção da unidade doutrinária.
Assim sendo, e passados esses anos, compete aos dirigentes e trabalhadores voluntários das casas espíritas, em atenção aos inspiradores desencarnados do Pacto Áureo, aperfeiçoar, a cada dia, as ações e atividades desenvolvidas em suas instituições, de forma a guardarem plena sintonia com os programas e orientações emanadas da organização federativa, que é nosso traço de união com as demais coirmãs espalhadas por nosso país e com os ideais da Unificação. Nesse sentido cremos ser conveniente atentarmos para os seguintes pontos.

a) Participação dos Centros Espíritas nas reuniões, conselhos e eventos promovidos pelo Órgão de Unificação Estadual.

A participação nessas reuniões e eventos reveste-se de grande importância por ensejar valiosa oportunidade, não só para o estreitamento de laços de convivência fraterna, mas acima de tudo para troca de informações e experiências, análise de problemas e necessidades comuns, detalhamento da implementação de programas federativos, apresentação de sugestões voltadas para a divulgação do Espiritismo, apresentação de campanha e recomendações aprovadas e lançadas pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, enriquecimento do nosso acervo de conhecimentos doutrinários e viabilização de ações conjuntas.
Destes momentos resulta a concretização da unidade de vistas no movimento espírita. Abdicar deles, recolhendo-se ao âmbito exclusivo de sua instituição, constitui erro crasso no entendimento do que seja a melhor forma de servir a causa do Cristo por meio do Espiritismo. Mais do que nunca, nos dias atuais, somos chamados ao trabalho fraterno, conjunto, a união de esforços, pois a mudança de paradigmas decorrentes dos novos valores e necessidades dos tempos modernos, muitas vezes exigirá das instituições esforço redobrado para não sucumbir às investidas provenientes das idéias equivocadas de modernidade e nova era. “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros, seremos pontos de vista”(Bezerra de Menezes). Juntos ampliaremos nossas forças, garantindo assim condições mais seguras para enfrentarmos e vencermos as dificuldades, tentações e investidas que venham, direta ou indiretamente, a desnaturar os propósitos espíritas.
Aos que acreditam ser desnecessária a vinculação dos centros espíritas ao Órgão de Unificação Estadual para juntos, adequada e harmoniosamente, alcançarem o ideal comum de bem contribuírem para a difusão do Espiritismo, pedimos a atenção para dois aspectos:

1) Não basta, somente, que uma instituição esteja em plena sintonia com os propósitos e recomendações do genuíno Espiritismo. Se outras assim não procederem; por falta de quem as orientem e auxiliem ou por não estarem acostumadas a participar de momentos coletivos de reflexão sobre como atuar apropriadamente em favor da causa espírita, mais dia menos dia, a credibilidade da Doutrina Espírita na sociedade será abalada e isso afetará todas as demais instituições.

2) Em OBRAS PÓSTUMAS, ALLAN KARDEC deixou-nos a seguinte advertência:
“Os que nenhuma autoridade admite não compreendem os verdadeiros interesses da doutrina. Se alguns pensam poder dispensar toda direção, a maioria, os que não se crêem infalíveis e não depositam confiança absoluta em suas próprias luzes, se sentem necessitados de um ponto de apoio, de um guia, ainda que apenas para ajudá-los a caminhar com segurança.”(OBRAS PÓSTUMAS- Constituição do Espiritismo – Allan Kardec).

Tomando como base as colocações ora apresentadas se faz imprescindível a participação dos representantes e voluntários das casas espíritas nesses momentos de integração e unidade de ação. Para isso, quando do planejamento das suas atividades, as instituições devem considerar as datas constantes do calendário de eventos federativos (reuniões do Conselho Federativo Estadual, seminários, simpósios, mostras espíritas, congressos, fórum de debates, cursos, treinamentos, etc), de forma a possibilitar a presença de seus trabalhadores nesses eventos.

b) A união de esforços em favor da difusão do Espiritismo e da unidade de princípios da Doutrina Espírita.

As instituições espíritas, preferencialmente as que guardam relativa vizinhança geográfica, bem que poderiam se reunir, sempre que possível, para realizarem atividades conjuntas. Eventos como semana espírita, ciclo de palestras, debates sob a ótica doutrinária de temas de interesse geral, inclusive após apresentação de filmes com temática espírita, cursos e treinamentos destinados ao aprimoramento de trabalhadores e ministrados pelo Órgão Estadual de Unificação, são exemplos possíveis de serem executados em conjunto, com benefícios concretos para todos os envolvidos.
Geralmente o Órgão Estadual de Unificação, com vista à melhor atender ao centro espírita em espaços o mais próximo possível de sua localidade, divide o Estado em regiões geográficas, criando em cada uma delas organismo próprio vinculado ao seu Conselho Federativo Estadual com o nome de áreas federativas estaduais, conselhos espíritas regionais, etc. Esses organismos federativos podem, de acordo com as solicitações das instituições espíritas situadas na região de sua abrangência, desenvolver cursos, treinamentos, encontros, simpósios, seminários ou outros eventos que objetivem colaborar com o movimento espírita local na difusão e divulgação do Espiritismo e na preservação da unidade de princípios da doutrina espírita. No entanto, para que esses propósitos sejam alcançados é fundamental o apoio dos dirigentes de instituições as reuniões e eventos realizados por esses organismos, viabilizando, sempre que possível, sua participação em cada um deles e motivando seus voluntários e futuros trabalhadores a assim procederem.
As instituições poderiam também, num gesto de solidariedade e fraternidade, permutarem oradores, ocasião em que as mais aquinhoadas desses voluntários os incentivaria a colaborar com os trabalhos da tribuna espíritas das coirmãs que apresentassem maior dificuldade na variação da sua escala de oradores nas reuniões públicas.

c) Implementação do Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro elaborado pela FEB.

No Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro proposto para o período de 2007 a 2012 e aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira em 12/04/2007, a casa máter do Espiritismo em nosso país convida todas as instituições espíritas brasileiras a, no seu âmbito de ação, implementar as seguintes recomendações:
1) Participar dos Conselhos e Organismos governamentais, nos termos da Lei, cujos objetivos sejam compatíveis com os princípios espíritas.
2) Participar em ações, campanhas e organizações das sociedades civil e religiosa, cujos objetivos sejam compatíveis com os princípios espíritas.
3) Aprimorar o trabalho de atendimento às pessoas que buscam nos Centros Espíritas esclarecimento, orientação e assistência.
4) Realizar campanhas de esclarecimento sobre o que é Espiritismo.
5) Promover e realizar estudo metódico, constante e sistematizado da Doutrina Espírita.
6) Divulgar a Doutrina Espírita por todos os meios lícitos de comunicação, de forma compatível com os princípios doutrinários.
7) Intensificar a difusão do livro espírita como instrumento básico na divulgação dos ensinos espíritas.
8) Ampliar e fortalecer a divulgação da Doutrina Espírita pelo rádio, TV, internet e demais veículos de comunicação.
9) Estimular o relacionamento intra e interpessoal dos trabalhadores do Centro Espírita, buscando seu bem estar e a convivência fraterna indispensável à execução das tarefas.
10) Assegurar a unidade dos princípios doutrinários em todos os trabalhos realizados e divulgados como atividades espíritas.

Desta forma podemos constatar que há muito trabalho a ser desenvolvido, e isso deve ser motivo de grande satisfação para todos nós, pois servir a causa do Cristo é servir a causa do amor e do bem na humanidade.
Honremos o chamado para a tarefa a que fomos convocados a realizar, ajustando, cada vez mais, nossas condições de serviço aos ideais do Cristo e unindo-nos fraterna e solidariamente, para que o ”Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”.

XERXES LUNA

22 maio, 2010

O TRABALHO VOLUNTÁRIO NA CASA ESPÍRITA - O VOLUNTÁRIADO DO AMOR

O trabalho voluntário na casa espírita é um empreendimento de luz voltado para a edificação do amor na Humanidade, atendendo as recomendações de Nosso Senhor Jesus Cristo de que devemos nos amar uns aos outros como Ele nos amou. É tarefa que todo espírita de boa vontade deve realizar espontânea e naturalmente, com o coração cheio de alegria e felicidade.
Diante de uma realidade, onde o trabalho está associado a fontes de renda voltadas para as mais diversas necessidades do trabalhador, desenvolver atividades voluntárias em prol do bem estar social e espiritual do semelhante, sem auferir nenhuma remuneração financeira por isso é, indubitavelmente, exemplo sublime de acolhimento ao chamado de Nosso Senhor Jesus Cristo para a construção de uma nova relação do trabalho com a felicidade, realização e segurança da criatura humana.


RAZÕES QUE DEVEM MOTIVAR OS ESPÍRITAS A PARTICIPAREM, COM AMOR, DO TRABALHO VOLUNTÁRIO NA CASA ESPÍRITA.

a) O TRABALHO COMO TESTEMUNHO DA FÉ EM DEUS E EM JESUS.
Ter fé em DEUS e em JESUS não é, somente, acolher no íntimo SEUS ensinamentos, mas acima de tudo vivenciá-los. Demonstrá-la é dar a DEUS o que é de DEUS, é edificar o amor no coração, é expandir esse amor para as criaturas, é doar-se com alegria e dedicação para que a dor e o sofrimento sejam afugentados do nosso meio. Só isso bastaria para realizarmos nosso trabalho com alegria, sem falar da imensa felicidade de ter como companheiros de jornada os VOLUNTÁRIOS DE JESUS que habitam o plano espiritual da vida.

b) O TRABALHO COMO FONTE DE REALIZAÇÃO PESSOAL.
O conceito de realização pessoal, geralmente, está associado a ganhos financeiros, prestígio profissional, influência social, alcance do mais alto cargo no âmbito do trabalho, e as mais variadas conquistas particulares, para citar alguns aspectos que fundamentam tal conceito. Seus resultados, entretanto, visam, quase que unicamente, o bem estar e o prazer do seu agente, ficando o semelhante numa posição secundária. Esse modelo, contudo, por ser individualista, não tem concorrido para a felicidade sustentável da criatura humana uma vez que muitos dos seus adeptos não lograram êxito no seu propósito, pois a felicidade é uma conquista coletiva. Nesse contexto, a Doutrina Espírita, nos dá um novo paradigma de realização pessoal, uma nova forma de sentir prazer e satisfação intima. Esse novo modelo fundamenta-se no bem servir ao próximo, fazê-lo feliz, sem nenhuma recompensa exterior, pois estamos aqui para trabalharmos na edificação do amor no coração das criaturas, único caminho capaz de nos fazer sentir a felicidade plena e a sensação ímpar de realização.
Por atender plenamente a esse novo paradigma, o trabalho voluntário da casa espírita, nas suas mais variadas formas, devem ser vivenciados com muito desprendimento, dedicação, felicidade, esmero e carinho pois ao servimos a tantos necessitados e aflitos dos dois lados da vida e também aos benfeitores espirituais que nos assistem, é como se ao Cristo estivéssemos servindo.

c) O TRABALHO COMO CONTRIBUIÇÃO PARA UM MUNDO FUTURO MELHOR.
É certo que não vivemos num mundo ideal, haja vista os quadros de violência, injustiça, ganância, fome e miséria, que ainda fazem parte da nossa realidade. Se por si só, tais flagelos são indesejáveis, imagine-os atuando como fonte geradora do alimento necessário a fortificação de alguns encarnados e desencarnados comprometidos com a quebra da paz e da harmonia social. Este estado de coisas tem raízes, naturalmente, na ausência de fraternidade, solidariedade e amor entre as criaturas.
Sabemos também que esta não será nossa última reencarnação na Terra, pois ainda temos que aqui retornar para cumprir com outros compromissos relacionados com nosso programa evolutivo. Trabalhar hoje, no voluntariado do bem com essa lucidez de consciência, é plantar na sociedade e nas almas de tantos aflitos, e desencontrados na vida, sementes que, com o tempo, florescerão e darão os frutos apropriados a efetivação da paz e da concórdia entre as criaturas. Os efeitos desse labor, com toda certeza, sentiremos, em nossas futuras reencarnações.

d) O TRABALHO COMO FATOR DE REAJUSTE ESPIRITUAL E RECONCILIAÇÃO.
Sendo a Terra um mundo de expiações e provas, é de se esperar que seus habitantes, detentores dos mais variados graus evolutivos, guardem, relativa ou acentuada sintonia com os padrões éticos e morais desta categoria de mundo, causa geradora da maioria dos desentendimentos humanos.
Quando do seu surgimento, entretanto, Deus, no infinito de sua sabedoria, encaminha as partes envolvidas para espaços de convivência que favoreçam a restauração da concórdia e do entendimento, então fragilizados. A casa espírita, pela natureza dos seus propósitos na sociedade terrena, não poderia declinar do chamado divino, para acolher alguns desses irmãos em litígio, no sentido de favorecer sua reconciliação.
Dependendo do grau de discórdia, podem surgir comportamentos de risco para o processo evolutivo das partes e para a funcionalidade da própria instituição, todavia, a espiritualidade benfeitora estará atenta para que dano algum atinja a casa e a causa espírita, pois, no momento certo agirá, eficientemente, no sentido de restaurar a paz e a funcionalidade da instituição.
Ante a possibilidade dessa ocorrência reflitamos sobre duas situações delicadas: o confronto entre a dinâmica de trabalho do voluntário e aquela existente na instituição e o conflito motivado por ciúme ou vaidade.
Em ambos os casos é indispensável que, pelo menos uma das partes, busque ampliar sua visão do que é servir com amor a causa do Cristo através do Espiritismo. Essa amplitude de vista, fatalmente, as levará ao diálogo fraterno objetivando o reajuste imediato das relações, a compreensão de que nem sempre se pode alcançar tudo num só momento e de que o avanço paulatino das idéias e empreendimentos guarda seus méritos. Não nos precipitemos assumindo posturas de embates porque, se nossos propósitos forem corretos, mais adiante a espiritualidade benfeitora os farão efetivar-se, sem dano algum a obra e a casa. Nessas situações cabe-nos vigiar, renunciar a contenda, guardar sintonia com o Plano Espiritual Superior porque não interessa ao Espiritismo avanços que deixem no seu rastro desuniões, ódios, rancores, ou coisas similares, pois nossa Doutrina segue as pegadas do Cristo que nos recomenda amarmo-nos uns aos outros e perdoarmo-nos mutuamente para que não venhamos a sofrer futuramente.
Nos casos em que uma das partes se mantenha irredutível, cabe a outra dar seu testemunho de entendimento da lei do amor, recuando temporariamente do seu intento, continuando a exercer seu trabalho com dedicação e empenho, orando pelo(s) companheiro(s) que não o compreendem e acima de tudo tratando-os como irmãos.
Ao optarmos pela não agressividade ou pelo não confronto, estaremos arando o terreno, para no futuro, germinar com sucesso, a semente da reconciliação ora plantada. Um porvir que poderá ocorrer ainda na atual reencarnação.

e) O TRABALHO COMO RECURSO FAVORÁVEL A DESOBSESSÃO.
Sabemos que a obsessão estabelece-se em decorrência das imperfeições humanas, nas relações entre semelhantes, nesta ou em outras existências reencarnatórias e que sua intensidade está intimamente relacionada com os procedimentos e ações sintonizadas com o mal. O inimigo invisível ao perceber que sua vítima, mesmo com outra vestimenta corpórea, tem comportamento similar ao de outrora, sente-se estimulado a continuar sua vingança no intuito de causar-lhe desconfortos e dores desnecessárias. Se, ao contrário depara-se com seu desafeto, comportando-se de maneira totalmente diferente da anterior, como por exemplo, atuando como agente da misericórdia divina no alívio das dores dos semelhantes, ou mesmo contribuindo, com seu trabalho, para a felicidade de criaturas deste ou do outro lado da vida, a energia negativa que venha a liberar em direção a sua vítima será amortizada ou mesmo extinta, pois a força do bem, natural e espontâneo, lhe é superior.

Desta forma, e pelas inúmeras oportunidades de felicidade que o trabalho voluntário na casa espírita nos propicia, alistemo-nos nas suas fileiras e desenvolvamos nossas tarefas com muito amor, alegria, zelo, e dedicação. Afinal poucos são os que percebem que trabalhando no voluntariado do bem estão trabalhando ao lado de Jesus.
XERXES LUNA

06 março, 2010

Informativo Nº 12 – Ano III – Fevereiro de 2010

Editorial - Amor, Imbatível Amor!

“O amor cobre uma multidão de pecados.”
Jesus

Muitos são os tipos de tratamentos espirituais para aliviar as nossas dores e sofrimentos íntimos, a fim de melhorarmos os nossos pensamentos, sentimentos, energias e ações. Mas o amor é único, é eficaz e, como disse e exemplificou Jesus, cobre uma multidão de pecados. Nesse sentido, reflitamos um pouco – e com lastro nos luminosos ensinos espíritas – sobre algumas das diversasmodalidades de tratamentos espirituais a que somos todos convidados a nos submeter e a contribuir, em prol damelhoria de nós mesmos e do próximo. Estejamos certos, porém, que os exemplos aqui elencados constituem uma pequenaparte do imensurável e misericordioso Amor Divino por todos e por cada um de nós. Sob um olhar sintético, então,destaquemos, para o nosso esclarecimento e fortalecimento da fé, a contribuição,amorosa e fraterna, de valorosos mensageiros do Cristo quanto à terapia do amor.
Ao tratar do nosso psiquismo e das vibrações energéticas que emitimos, Joanna de Ângelis nos informa que: “Enquanto as irradiações do ódio, da suspeita, do ciúme, da inveja e da sensualidade são portadorasde elementos nocivos, com alto teor de energias destrutivas, o amor emite ondas de paz, de segurança, sustentando o ânimo alquebrado pela confiança que transmite, de bondade pelo exteriorizar do afeto, depaz em razão do bem-estar que proporciona, de saúde como efeito da fonte de onde se origina”. Camilo, por sua vez, destaca e exemplifica a importância das atividades mediúnicas com Jesus para a libertação de nossas almas e para nos habilitar à vivência do amor: “Foi com o Mestre Galileu, o luminoso Médium de Deus, no entanto, que a Humanidade se encontrou diante dos episódios com o médium atormentado da Sinagoga de Carfanaum; com Legião, nas montanhas Decápolis; com o espírito surdomudo, ao descer do Tabor, onde partilharade momento de luz e paz, ladeado por Elias e pelo próprio Moisés, que retornava do Invisível, após quase um milênio e meio, como que a reafirmar a grande realidade do intercurso, tanto com as almas sofredorasquanto com os Numes Eleitos”. André Luiz, com seu olhar científico, acrescenta os benefícios da prece amorosa e sincera ao afirmar: “... o trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no círculo dos encarnados. Não há prece sem resposta. E a oração, filha do amor, não é apenas súplica. É comunhão entre o Criador e a criatura, constituindo, assim, o mais poderoso influxo magnético que conhecemos”.Nas lides obsessivas, ademais, Manoel Philomeno de Miranda, de modo não menos esclarecedor e luminoso, nos trazrelevantes notas com relação à terapia desobsessiva, senão vejamos: “À medida que se desenvolvem as conquistas da inteligênia e do sentimento, na Terra, com o correspondente aprofundamento das causas dos males humanos se descobrirá a procedência deles, e a obsessão sairá das sombras em que se homizia para receber as clarinadas de luz do Evangelho, e os homens, conscientes das suas responsabilidades perante a vida, transitarão para ocomportamento saudável, no qual o amor, o dever e o respeito a Deus, ao próximo e a si mesmo, constituirão a terapia preventiva às obsessões, enquanto que, diante das multidões de enfermos, a técnica da desobsessão constituirá o recurso terapêutico para que sejam liberados, portanto, consolados, conforme prometeuJesus”. Neste sentido, é indiscutível a eficácia do amor na cura dos mais diversos tipos de males humanos. Tudo isso, que é tão vastamente descrito, analisado, demonstrado e fartamente oferecido por muitos Mensageirosdo Cristo e por meio de uma infinidade de escritos espíritas, revela a necessária e urgente presença do amor em nossas vidas, para o equacionamento dos nossos mais intrincados males e para a construção de uma Humanidade mais fraterna e mais feliz. Jesus, contudo, que representou na vida terrena a personificação do amor, nos espera, pacientemente, a fim de que elucidemos nós mesmos as nossas dores e sofrimentos simplesmente por meio do amor, imbatível amor.

Pensamento
“Quando se está fechado para o mundo, dentro de si, do ódio, fica difícil de se ouvir as palavras de esclarecimento, contudo, a prece chega com facilidade, abrindo caminhos para o perdão; quebrando a geleira do coração; devolvendo aos irmãos perdidos, o caminho de volta ao seu lar.”

Reflexão
"Preocupações fazem parte da vida, mas não devem tomar espaço daquilo que é prioridade em nossa existência. Ore e espere com paciência a resolução. Divise aquilo que é realmente importante. O Espírito que se alimenta de preocupações “estraga” o seu estoque de energia e não terá senão fluidos ruins para repor. Exaltemos o Senhor em tudo. Tudo será visto com outros olhos, os do coração. Muita paz."

Veja mais no informativo:

  • Série Mediunidade - O Significado Existencial
  • Série Sentimento - O Ciúme
  • Série Intercâmbio Mediúnico - Quem Verdadeiramente Ama
  • Série Doutrinária - Amor e Juventude
  • Série Reflexões de Um(a) Aprendiz
  • Atendente Fraterno

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