A
sociedade vem, ao longo dos milênios,
evoluindo bastante em ciência e tecnologia. As imperfeições morais – vaidade, orgulho, egoísmo, dentre outras –
não são, entretanto, quase consideradas e acabam por funcionar como ervas
daninhas que, aos poucos, distanciam os corações invigilantes do amar ao
próximo como a si mesmo. As diferenças sociais, ademais, a cada momento são
mais nítidas, crescentes e cruéis, o que também leva o homem a sentir o peso
que representa afastar-se das questões espirituais, tão bem explicadas e
exemplificadas nos ensinamentos evangélicos.
Por
outro lado, se observarmos e refletirmos alguns momentos, perceberemos como são
efêmeras as conquistas materiais e quão pouca valia terão para o nosso
crescimento espiritual. Então, entenderemos que as crises de depressão, de
angústias aparentemente infundadas, as síndromes de pânico e muitas outras enfermidades
decorrem das nossas imperfeições morais não equacionadas e/ou eliminadas e de
um estilo de vida que privilegia os bens materiais em detrimento dos valores
morais.
Nesse
contexto, e como reflexo, acompanhamos, nos últimos tempos, uma crescente busca
por soluções nas diversas casas religiosas e, em especial, nas Casas Espíritas – que, longe dos
modernismos, e com base no Espiritismo e no exercício do Evangelho, têm mantido
suas portas abertas e contribuido para os esclarecimentos e para as soluções
dos diversos problemas que afetam a humanidade.
Cabe,
pois, às Instituições Espírita, por meio do Atendimento
Fraterno – o “portal de entrada” – colocar a disposição do público
trabalhadores esclarecidos e treinados, que apresentem um perfil adequado para
o trabalho, e oferecer as condições materiais e espirituais necessárias para o
desempenho dessa atividade espiritual de tão grande necessidade e importância.
Desse modo, com fulcro no Orientação ao Centro Espírita, publicado
pela Federação Espírita Brasileira – que afirma ser objetivo fundamental do Atendimento
Fraterno “Acolher, de forma fraterna e solidária, dentro dos princípios do
Evangelho à luz da Doutrina Espírita, ouvindo, orientando com respeito, atenção
e humildade...” (1) as pessoas que procuram
a Casa Espírita para orientação e alívio dos seus sofrimentos – o Projeto “Amai-vos e Instruí-vos”,
disponibiliza, a partir dos próximos informativos do “PAI”, o conteúdo da
Apostila “Atendimento Fraterno na Casa
Espírita”, com o intuito de contribuir, de alguma forma, para qualificar, espiritizar e humanizar a
casa espírita, roteiro luminoso e tão generosamente indicado, para nós
espíritas, pela benfeitora Joanna de Ângelis .
Trata-se, portanto, de um
trabalho publicado no ano de 2001 – revisto e atualizado em 2009 – baseado nos
estudos do Evangelho e do Espiritismo e na experiência de mais de uma década de
atividades no Atendimento Fraterno. Consubstanciou-se, além disso, para a
escolha dos temas, nos debates efetivados em cinco encontros estaduais e em
pesquisa empírica realizada numa amostra significativa dentre 5.042 casos de
atendimento, no período de 01 ano, bem como nos depoimentos e avaliações
realizadas pelos atendentes, o que possibilitou identificar também o melhor
modo de realizar o Atendimento Fraterno e os casos mais frequentes.
É com muita alegria, portanto,
que compartilharemos com o Movimento Espírita os nossos singelos estudos e
experiências sobre temas relevantes do Atendimento Fraterno, como: o Atendente
Fraterno (perfil, comportamento, recepção, equipe, empatia, etc.), o atendido
(principais casos abordados: idéias suicidas, obsessão, enfermidades físicas e
psíquicas, entre outros), a Doutrina Espírita e a Evangelho Terapia (reforma
íntima, fé, vontade e perseverança, pacificação,...).
Que Deus, Jesus e a
Espiritualidade Amiga, então, fortaleçam e protejam nossos pequenos esforços e
iluminem todos os confrades e simpatizantes espíritas.