19 dezembro, 2006

A OBSESSÃO E O MÉDIUM


Dentre os mecanismos divinos de evolução, o intercâmbio com o mundo espiritual se constitui num dos mais sublimes e sérios. Sublime pela delicadeza e sutileza com que são realizados e sérios pelas responsabilidades que implicam. E neste contexto, o médium – indivíduo que pode servir de intermediário entre os espíritos e os homens – precisa conhecer e combater continuamente a obsessão.
Segundo Allan Kardec, a obsessão é o principal empecilho ao espiritismo prático e se constitui no domínio que alguns espíritos inferiores conseguem sobre determinadas pessoas. Possui, além disso, características variadas, que decorrem do grau de constrangimento que o espírito inflinge ao indivíduo e da natureza dos efeitos que produz, e três tipos principais: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
Em sua forma mais simples – obsessão simples – a obsessão se caracteriza pela interferência constante e nociva que um espírito inferior exerce sobre as comunicações que o médium recebe. Neste sentido, há sempre uma imposição, uma intromissão, um impedimento ou uma substituição por parte do espírito inferior nas comunicações do medianeiro, que consciente de tais fatos, deve ficar atento e não se permitir enganar. Deste modo, este tipo de obsessão é apenas desagradável e visa dificultar a comunicação do médium com os espíritos sérios ou afeiçoados.
Assim, para os médiuns, além do estudo e da pureza de coração, nunca será demasiado toda atenção e todos os esforços no combate à obsessão, uma vez que ela acarreta incômodos pessoais e dificuldades à prática da comunicação com os espíritos e, por conseguinte, ao próprio desenvolvimento dos mecanismos divinos de evolução.

(Fonte: KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 70a edição. Brasília, FEB, 2002, Capítulo XXIII: Da Obsessão, pp. 306/307).

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