23 janeiro, 2009

Projeto Amai-vos e Instruí-vos - Novembro

Editorial - Amai os “Inimigos”

“Ouvistes o que foi dito: Amarei o vosso próximo e odiarei os vossos inimigos. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos: fazei o bem ao que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam...” (São Mateus, 5: 43 a 47: 20). Ao refletirmos sobre essa lição de Jesus, percebemos o quanto é importante a formação e o desenvolvimento de reuniões mediúnicas sérias, com observância dos preceitos evangélicos e das diretrizes da Doutrina Espírita. É que um dos objetivos dessas reuniões – previsto, inclusive, no novíssimo Organização e Funcionamento das Reuniões Mediúnicas Espíritas, item 4.1, p. 11, publicado pela Federação Espírita Brasileira – é exatamente possibilitar a realização de tarefas eminentemente de auxílio aos “inimigos”, em um verdadeiro exercício de fraternidade e de amor ao próximo. Tais reuniões promovem, dessa forma, o tratamento de desafetos e, consequentemente, o reequilíbrio moral e espiritual de entes envolvidos em discórdias, por vezes, seculares.
Para além disso, a Doutrina Espírita tem nos ensinado, ao longo do tempo, por meio dos seus diversos livros, cursos e ensinamentos, que no trato com os espíritos desencarnados devemos olhá-los sem julgamentos, sem preconceitos, tratá-los com amor, atenção, carinho, firmeza e nunca esquecer da misericórdia que Jesus tanto nos ensinou e que é tão agradável a Deus. E na realidade temos encontrado esse procedimento nas várias reuniões mediúnicas, principalmente, com mais intensidade nas reuniões de desobsessão. Vemos, ainda, os esforços que o dirigente e os médiuns esclarecedores realizam quando no trato com os espíritos quer sofredores, quer vingativos, que no desconhecimento das Leis Eternas, ainda, apelam para uma linguagem mais dura e contundente, chegando mesmo às raias da violência. Mas percebemos, mesmo assim, que nessa prática apreendemos mais um pouco sobre o sentido do amor que o Cristo nos exemplificou e que podemos praticar em circuito fechado, ou seja, na Casa Espírita, em Reuniões Mediúnicas.
Observamos, por outro lado, que diante dos noticiários sobre violência, nas circunstâncias do dia a dia, nosso comportamento muda e o julgamento da conduta do outro acontece como um ato reflexo e, às vezes, não nos contentamos somente com julgamento, lavramos de imediato a sentença. Nesse sentido e para ilustrar, recentemente – mais precisamente no mês de Outubro deste ano – um noticiário trágico e deprimente predominou aqui no Brasil. Trata-se do caso de dois jovens envolvidos em um seqüestro “por amor”, que findou no desencarne da jovem e na prisão de seu ex-namorado. Foram cinco dias de suspense, a curiosidade enchia as ruas e passamos a olhar o seqüestrador como um ser do outro mundo. Esquecemos da piedade, da misericórdia, dos processos reencarnatórios, da efetividade das obsessões e uns poucos tentaram preces intercessórias.
Ora, com frequência – e sem nos atermos a casos específicos – independentemente de orientação religiosa, orações são piedosamente elevadas ao Criador pelas vítimas, há prantos compungidos, crises nervosas, solidariedade, depoimentos fraternos. Nos colocamos no lugar das vítimas, isto é, empatizamos com elas. Onde anda, porém, o “amai os inimigos” e o “amar o próximo como a ti mesmo”?
O referido episódio nos remete a muitos outros, que – ocupando as manchetes da imprensa escrita, falada e televisiva – nos mostra os mesmos comportamentos de solidariedade para com as “vítimas” e de repulsa e julgamento para com os “algozes”, que, quase sempre, não conseguimos enxergar como grandes vítimas de si mesmos, de falhas nos seus compromissos reencarnatórios e sociais e encontrando-se, em grande parte, assessorados por espíritos que, ainda, caminham nas trevas e na ignorância da luz emanada por Jesus. Parece, pois, ser mais fácil mostrar compreensão, ternura e outros sentimentos mais afetuosos para com espíritos desencarnados do que para com aqueles que, ainda, são prisioneiros da carne – o que pode revelar, por vezes, um comportamento interno – nas reuniões mediúnicas – e outro, diferente, no mundo externo, ou seja, no nosso convívio familiar e social.
Precisamos, portanto, refletir sobre a necessidade de unificação de nossos pensamentos, sentimentos e ações, na direção do amor e do bem, em especial, em relação aos nossos “inimigos”, dentro e fora da Casa Espírita. Importa desenvolver, outrossim, a empatia para com as “vítimas” e seus “algozes”, assim como estimular em nós e nos outros, como recomendou Jesus, o esquecimento do mal e o perdão das ofensas. E, por fim, talvez o mais importante, combater em nós os nossos “inimigos íntimos”, isto é, as imperfeições morais, que nos ligam em correntes de dor e sofrimento, aos nossos inimigos – encarnados e/ou desencarnados – e que, inexoravelmente, terão que se converter em laços de amor e de paz.
Aproveitemos, então, a luminosa oportunidade de vivenciar o evangelho e de exercitar o amor aos inimigos – os irmãos sofredores e carentes de auxílio e de esclarecimento, que nos perseguem devido a equívocos cometidos em um passado próximo ou remoto – seja nas reuniões mediúnicas ou em qualquer outra esfera de nossas vidas.
Equipe do Projeto

Pensamento

“A educação não e um ato de imposição, de violação de consciência , mas um ato de doação. O educador oferece ao educando os elementos de que necessita para integrar-se no meio cultural e poder experimentar por si mesmo os valores vigentes, rejeitando-os, aceitando-os ou reformulando-os mais tarde, quando amadurecer para isso .”
(Herculano Pires in Pedagogia Espírita, pag. 25)

Reflexão

“A disciplina de um Centro Espírita e principalmente moral e espiritual, abrangendo todos os seus aspectos, mas tendo por constante e invariável a orientação e a pureza de intenções.”
(Herculano Pires in O Centro Espírita, pag.57)

Veja mais no informativo:

  • Série Mediunidade - A Obsessão e o Médium (Causas e meios de combater)‏
  • Série Intercâmbio Mediúnico
  • Série Sentimento - Brandura
  • Série Doutrinária - A Dor e o Sofrimento
  • Série Esperanto - Doloro Kaj Sufero
  • Cenáculo Espírita Casa de Maria – CECAM / DIJ - Departamento de Infância e Juventude - A Importância da Evangelização
  • Série Reflexões de Um(a) Aprendiz

Faça o download aqui: http://users.hotlink.com.br/rafp/PAI_InfNovembro2008.pdf

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