23 junho, 2011

EDIÇÃO ESPECIAL - Informativo Nº 16 – Ano III – Setembro de 2010

PELA UNIDADE E FELICIDADE DO ESPÍRITO
Um dos traços do cotidiano do Espírito, na sua transição pela Terra, é a inquietude. As horas passam sob agitação, e o desassossego teima em ocupar todos os escaninhos e estados da mente. Daí a instabilidade e insegurança no pensar, no sentir, no escolher, no agir, no relacionar-se com os outros. Não há, pois, de ser essa a situação existencial desejada, a finalidade da vida imortal. Ao contrário, afora atestar que a consciência anda longe da realização do seu propósito maior – a felicidade –, a turbulência no seu íntimo trava-lhe a caminhada evolutiva, na direção da plenitude, pureza e perfeição.
A questão é: donde provém toda essa inquietação? Muitos fatores subjazem a ela. Um deles, certamente, é a falta de unidade interior do Espírito. Tudo se passa como se ele se sentisse despedaçado e seus múltiplos fragmentos, não se encaixando satisfatoriamente, colidissem entre si e se refletissem em perdas, medos e dores sem conta. As atitudes e formas comportamentais só revelariam a divisão de que procedem. E, exigindo um enorme esforço de coordenação e alinhamento, nem sempre conseguidos na prática, responderiam pelas frustrações e sofrimentos existenciais.
Na verdade, o equilíbrio interior do Espírito está associado à consecução – ainda que lenta e gradativa – do ideal de unidade, desde os níveis mais elementares, até os planos superiores do ser e da vida. Mestre e Modelo incomparável da Humanidade, Jesus proclamou: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30). E implorou a Deus por seus discípulos e seguidores: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti. Que eles também sejam um em nós, de modo que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17, 20-21). A caminho da realização desse ideal transfigurador, o apóstolo Paulo reconheceu sua união com Jesus: “... já não vivo, mas Cristo vive em mim” (Gl 2, 2).
Fora da unidade com Deus, com a Natureza, com os outros e, antes de tudo, consigo mesma, a mente sente-se inundada pelo desequilíbrio. A desarmonia a inquieta, perturba, atormenta, angustia e acaba explodindo em atos de desajustamento e violência, à semelhança de um vulcão ou terremoto, manifestações das formidáveis tensões no interior da Terra. O fato de esse conflito subterrâneo nem sempre vir à tona da consciência atenta só revigora sua capacidade
desagregadora, ao invés de enfraquecê-la. É que, fluindo à margem da percepção, ele escapa ao enfrentamento e persiste no seu trabalho destrutivo.

Continua...

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