23 junho, 2011

Informativo Nº 15 – Ano III – Agosto de 2010

Editorial - Trabalho, Solidariedade e Tolerância
Com o seu notável bom senso, o ínclito codificador do Espiritismo Allan Kardec nos legou uma tríade – Trabalho, Solidariedade e Tolerância – capaz de nos guiar seguramente pelos caminhos das atividades da Casa e do Movimento Espírita.
Para bem compreendermos os três alicerces acima mencionados, importa antes refletirmos sobre o que é uma Casa Espírita, o que é ser um trabalhador espírita e em que consiste o trabalho espírita.
Primeiramente, a Casa Espírita, o trabalhador espírita e o trabalho espírita possuem em comum o lastro doutrinário nas obras codificadas por Kardec e nos princípios morais do Evangelho de Jesus, bem como o objetivo permanente de praticar os seus ensinos.
A Casa Espírita, certamente, não é a sua fachada e nem sua estrutura física, mas o conjunto de seus trabalhadores e assistidos,encarnados e desencarnados. Frequentemente é reconhecida como hospital, escola, oficina e templo, em pleno cordo com as definições exaradas no Orientação ao Centro Espírita, quando trata dos Centros Espíritas – as unidades fundamentais do Movimento Espírita. As Casas Espíritas são, portanto, consideradas como:



  • Núcleos de estudos, de fraternidade, de oração e de trabalho dentro dos princípios espíritas;

  • Escolas de formação espiritual e moral, que trabalham à luz da Doutrina Espírita;
    Postos de atendimento fraternal para todos os que buscam com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação;

  • Oficinas de trabalho que proporcionam aos seus frequentadores oportunidade de exercitarem o próprio aprimoramento íntimo pela prática do Evangelho em suas atividades;

  • Casas onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos têm oportunidade de conviver, estudar e trabalhar, unindo a família sob a orientação do Espiritismo;

  • Recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus frequentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a união fraternal pela prática do “amai-vos uns aos outros”;

  • Núcleos que se caracterizam pela simplicidade própria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prática da caridade e pela total ausência de imagens, símbolos, rituais ou outras quaisquer manifestações exteriores.

Percebemos, então, que o equilíbrio e a harmonia da Instituição Espírita serão proporcionais ao somatório do comportamento ético-moral de seus trabalhadores, associado ao conhecimento e à prática dos preceitos espíritas e cristãos.
O trabalhador espírita, por outro lado, é um espírito em evolução, quase sempre, em busca do seu aperfeiçoamento moral e intelectual. Necessita,todavia, atentar para a grande oportunidade e imensa responsabilidade que é, nessa existência
física, conhecer o Consolador Prometido, bem como trabalhar na Vinha do Cristo. Ainda mais, em momento de transição como o atual, em que o Planeta Terra se transforma de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração.
Nesse sentido, Bezerra de Menezes nos alertou recentemente: “Deveremos reviver os dias inolvidáveis da época do martirológio. Seremos convidados, não somente ao aplauso, ao entusiasmo, ao júbilo, mas também ao testemunho. O testemunho silencioso nas paisagens internas da alma. O testemunho por amor àqueles que não nos amam. O testemunho de abnegação no sentido de ajudar aqueles que ainda se comprazem em gerar dificuldades, tentando inutilmente obstacularizar
a marcha do progresso”. 2 Por último, o trabalho espírita pode ser compreendido em suas duas dimensões: a) externa – todas as atividades básicas que realizamos na Casa Espírita: Palestras Públicas, Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, Atendimento Espiritual, Estudo e Educação da Mediunidade, Reuniões Mediúnicas, Evangelização Infanto-Juvenil, Divulgação Doutrinária, Serviço de Assistência e Promoção Social, Atividades Administrativas e de União dos Espíritas e das Instituições Espíritas, bem como de Unificação do Movimento Espírita; e b) interna – a reforma individual, íntima, moral que cada trabalhador deve realizar, com o auxílio do Evangelho e das obras da codificação.
Assim sendo, com base nos ensinos de seu mestre Pestalozzi – que atrelou o êxito da educação a três elementos indissociáveis: Trabalho, Solidariedade e Perseverança –, Kardec nos propôs Trabalho – enquanto meio para consolidarmos e aprofundarmos os conhecimentos – Solidariedade – a fim de desenvolvermos a união e a fraternidade – e Tolerância, virtude indispensável para o aprimoramento moral e para a vivência cristã.
Para além disso e em perfeita consonância com Pestalozzi e com Kardec, a benfeitora Joanna de Ângelis complementa, ao propor aos trabalhadores da Mansão do Caminho, o Espiritizar – tornar realmente espírita a pessoa que moureja na Instituição, por intermédio do estudo, da reflexão, das conferências que ouve, dentre outras atividades –, Qualificar, ou seja, adotar a qualidade de uma pessoa de consciência, que conhece verdadeiramente o Espiritismo e Humanizar, que é ter o sentimento de humanidade, isto é, a caridade iluminando o humanitarismo e o humanismo. 3 Temos, pois, roteiros precisos e seguros para as nossas atividades na Casa e no Movimento Espírita. Os critérios para sabermos se estamos no bom caminho também já nos foram fornecidos pelos Espíritos Superiores, quando indagados: “Se entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho? Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-lo-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-lo-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar a sua vaidade”. 4 Desse modo, se em nossas mentes e em nossos corações, tivermos a certeza de que, em verdade, a obra pertence ao Cristo – ainda que tenhamos uma diversidade de dons, de ideias e de opiniões –, seguiremos, firmes e fortes, como um feixe de varas, porque através do trabalho nos aperfeiçoaremos, num esforço permanente e inadiável, da solidariedade nos uniremos e da tolerância nos compreenderemos e seremos, por
conseguinte, mais fraternos. E tudo isso é o amor em movimento, dentro de nós mesmos e de nossas atividades espíritas.
Façamos, portanto, a parte que nos cabe e o mais Deus fará.

Reflexão
“O trabalho é escada divina de acesso aos lauréis imarcescíveis do espírito."

Veja mais no informativo:



  • Série Mediunidade - Por que falhamos?

  • Série Sentimento - Assim levamos a vida

  • Série Intercâmbio Mediúnico

  • Série Doutrinária - O Mundo e a Doutrina Espírita

  • Série Reflexões de Um(a) Aprendiz - Experiências de um Grupo Espírita no Canadá

  • ATENDIMENTO FRATERNO

  • O TRABALHO VOLUNTÁRIO NA CASA ESPÍRITA – O VOLUNTARIADO DO AMOR

Faça o download aqui: http://users.hotlink.com.br/rafp/PAI_InfoAgosto2010.pdf

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